sábado, 16 de julho de 2016

A idolatria no meio Gospel


Uma geração que não conhece ao SENHOR

Juízes 2:10 "Depois que toda aquela geração foi reunida a seus antepassados, surgiu uma nova geração que não conhecia o Senhor e o que ele havia feito por Israel."

Uma geração que não conhece a Deus é presa fácil para Satanás. 

Bem sabemos que no livro de Juízes esta repleto de narrativas sobre o adultério espiritual de Israel para com Deus, mas lendo Juízes 2 algo me chamou ainda mais a atenção, havia se levantado uma geração que não conhecia a Deus. Pode ser que conheciam as histórias de seus antepassados como as 10 pragas do Egito, Travessia do Mar Vermelho e a queda das Muralhas de Jericó, porem não conheciam o Senhor intimamente, essa geração nunca havia experimentado Deus em sua essência. E por esta razão acabaram caindo no pecado da Idolatria, não dando glória ao verdadeiro Deus que fez o céus e a terra.

Veja no verso 11
"Então os israelitas fizeram o que o Senhor reprova e prestaram culto aos baalins."

A mesma coisa acontece em nossos dias.



Aconteceu algo no mês passado que me deixou abismado, pude contemplar com os meus olhos, uma multidão de jovens eufóricos e fora de si por causa de uma banda gospel que se apresentaria na Marcha pra Jesus de minha cidade.

Os jovens gritavam, assoviavam e queriam a presença da banda, e em momento algum clamaram pela presença de Deus , minha tristeza foi tão grande que tive vontade de ir embora, mas não fui pois me interessei em saber qual seria a atitude da banda em relação a multidão. Quando a banda foi chamada para se apresentar não houve reverencia ou nenhum tipo de saudação cristã, pelo contrario a sua entrada foi repleta de fogos e muita luz como se fosse propriamente uma banda secular que canta e toca para o mundo.

Após cantarem umas quatro ou cinco musicas (que por ventura não tinha espiritualidade nenhuma) o vocalista parou o show e deu uma palavrinha de 15 minutos dizendo que Jesus era bom e que não importasse o que os jovens fizessem, Jesus os queria e os amava. (palavra light)

Não houve apelo e nem clamor por arrependimento e o show continuou assim até o final.


Compreendendo o plano ardil de satanás



Satanás tem enganado multidões com este novo conceito gospel, ele é sagaz, astuto e pai da mentira, ele percebeu o crescimento do meio evangélico do Brasil, e já criou uma maneira de corromper os nossos jovens evangélicos.

Muitos dos nossos jovens não vão se interessar por Lady Gaga, Rihanna ou Paramore, seria muito difícil para ele chegar até as nossas mentes através destes cantores, então a ideia foi criar estrelas do mundo gospel para que introduzam o engano e a idolatria em no nosso meio.

Mas talvez você pense, mas como assim irmão, eu tenho certeza que fulano de tal é um homem ou mulher de Deus, podem até ser ou ter sido, mas isso não seria problema já que Satanás tentou usar a Pedro para tentar confrontar Jesus.

Se derem liberdade ele vai usar mesmo, não importa quem seja ou o que já fizeram em prol da obra do Senhor.


A verdade que muitos não aceitam: O mundo não combina com a Igreja de Cristo



A bíblia é bem explicita quando diz “não fará imagens de escultura para ti (Êxodo 20:3)” Hoje nós vemos diversas estrelas gospel distribuindo pôsteres com seus autógrafos, cantores criando bonequinhos personalizados para adquirir o galardão da sua corrupção, e até mesmo a apreciação e orgulho pelos seus fãs clubes.

Olhem o que Jesus disse: “Dei-lhes a tua palavra, e o mundo os odiou, porque não são do mundo, assim como eu não sou do mundo.” (João 17:14)

E hoje nós vemos o mundo (mídia secular) recebendo com muita alegria nossos cantores e pregadores, tocando nossas musicas nas rádios e até mesmo cedendo espaço em rede nacional buscando "novos talentos" da musica gospel. Tudo isso é um plano ardil de satanás para corromper os nossos levitas, para introduzir a idolatria e o ecumenismo em nosso meio, tudo é bom, tudo é de Deus e tudo é aceitável.

E já temos visto o resultado disso uma cantora muito renomada no meio gospel cantou uma musica denominada “MINHA RAINHA” em homenagem a XUXA, ensinando e levando a milhares de crianças evangélicas a amarem e seguirem a apresentadora.

Vigiemos e oremos para que não venhamos permitir a idolatria entrar em nosso coração.

quinta-feira, 7 de julho de 2016

A Soberania de Deus e a Responsabilidade Humana


Por: Arthur W. Pink

"Porque Deus é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade." (Filipenses 2:13)
Temos visto que a vontade do homem natural não é soberana nem também não livre, senão antes bem serva de sua natureza caída e do pecado.

Não é possível sustentar a doutrina bíblica da depravação humana a menos que sustentemos também o conceito bíblico da escravatura da vontade humana. Até que seja ensinado por Deus, o homem natural negará que o pecado tem escravizado tanto a sua mente como as suas emoções e a sua vontade. O homem caído vangloria-se de seu "livre arbítrio", quando em realidade está em servidão ao pecado e é levado cativo à vontade de Satanás. (Veja 2 Timóteo 2:26). Mas se a vontade do homem natural não é livre, significa então que não é responsável pelos seus atos? Acaso Deus não pode inculpá-lo pelo seu orgulho, rebelião e incredulidade?

As Escrituras falam continuamente da corrupção moral e da ruína espiritual do homem. Também declaram que o homem é incapaz de fazer o bem espiritual, mas isto não significa que as Escrituras neguem que seja responsável. Antes bem, falam continuamente dos seus deveres para Deus e para o seu próximo, e exigem uma obediência perfeita aos mandamentos de Deus. Então, o assunto mais difícil é definir a relação entre a soberania de Deus e a responsabilidade humana.

Muitos, em seu empenho por manter a verdade da responsabilidade humana, acabam negando de uma ou outra forma a soberania de Deus. Estas pessoas dizem que se Deus fosse a exercer um controle direto sobre a vontade humana, o homem ficaria reduzido a um fantoche. Portanto, afirmam que Deus não pode fazer mais do que advertir e exortar o h.; pois se Deus fizesse algo mais direto, isto acabaria com a liberdade humana. Outros têm caído no erro do fatalismo; ou seja, tratam de usar a soberania de Deus para justificar a sua desobediência e pecado, como se Deus tivesse a culpa.

Podemos resumir o ensino bíblico sobre este assunto com o seguinte:

Deus é inteiramente soberano, em todo sentido, sobre todas as coisas, incluso sobre a vontade humana. Mas a soberania de Deus não tira nem diminui em forma alguma a responsabilidade humana.
Os homens são completamente responsáveis; são responsáveis pelos seus atos, são responsáveis de obedecer, de crer, de fazer a vontade de Deus, responsáveis por tudo quanto fazem. Mas em sentido nenhum a responsabilidade humana tira ou diminui a soberania de Deus.
Não existe contradição alguma entre estas duas verdades. Paulo em Romanos 9:11-24 dá uma exposição das duas coisas. O leitor deveria realizar um cuidadoso estudo dos argumentos apresentados pelo apóstolo em Romanos 9 em defesa desta verdade. Também muitos outros versículos declaram juntamente estas duas verdades. Veja por exemplo Atos 2:23, Lucas 22:22, Atos 4:24-28, Atos 13:45-48, 2 Tessalonicenses 2:8-14.
Neste capítulo trataremos com as seguintes perguntas:

Como pode Deus deter a alguns homens de realizarem o que eles desejam e impulsionar a outros a fazer o que não querem, e ao mesmo tempo preservar a sua responsabilidade? (Ou seja, considerá-los responsáveis).
Como pode o pecador ser responsável de fazer o que por natureza é incapaz de fazer? Como pode ser condenado por não fazer o que é incapaz de fazer?
Como pode Deus decretar que os homens façam certos pecados e depois responsabilizá-los por cometê-los?
Como pode o pecador ser responsável de receber a Cristo e ser responsável por rejeitá-lo, quando Deus não o tem escolhido para ser salvo?.
Primeiro: Como pode Deus deter a alguns homens de realizarem o que eles desejam e impulsionar a outros a fazer o que não querem, e ao mesmo tempo preservar a sua responsabilidade? 

Em Gênesis 20:6 lemos: "E disse-lhe Deus em sonhos: Bem sei eu que na sinceridade do teu coração fizeste isto; e também eu te tenho impedido de pecar contra mim; por isso não te permiti tocá-la". Aqui temos um caso claro onde Deus deteve Abimeleque de pecar, impedindo que fizesse o que por si mesmo teria feito. (Veja também os caps. 22 ao 24 de Números e 2 Crônicas 17:10, como exemplos de vezes em que Deus deteve o pecado).
Se Deus pode fazer isso, muita gente pergunta, por que então não impediu Adão de pecar? Por que não deteve a Satanás? Ou, como o expressam muitos na atualidade, por que permite que ocorra tanto sofrimento e maldade no mundo? Alguns respondem dizendo que Deus quer detê-lo, mas não pode porque não pode violar o "livre arbítrio" humano sem reduzir o homem a um robô. Tal resposta é absurda e indigna de Deus. Quem é o homem para dizer que o Todo Poderoso Deus quer mas não pode fazer? A resposta bíblica apropriada é que tanto o pecado como a queda de Adão são usados para manifestar melhor a sabedoria e os bons propósitos de Deus. Entre outras coisas, o pecado provê ocasião para que o amor e a superabundante graça de Deus sejam manifestados.

Como é possível que Deus impeça os homens de pecar sem interferir com a sua liberdade e com a sua responsabilidade? A resposta encontra-se numa compreensão da seguinte pergunta: Em que consiste a verdadeira liberdade moral? A resposta é que a liberdade moral consiste na liberação da escravatura do pecado. Isto é o que Cristo expressou em João 8:36: "Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres". Quer dizer, quanto mais seja a pessoa liberada do controle do pecado, mais livre será. Os homens têm uma definição falsa da liberdade, porque acreditam que a liberdade consista em serem livres para pecar. A Bíblia afirma que o pecado não é liberdade, mas escravidão. Isto é o que Cristo disse em João 8:34: "Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que todo aquele que comete pecado é servo do pecado".

O homem natural supõe que a única liberdade encontra-se no fato de não estar sob nenhuma autoridade, nem sob o controle de ninguém salvo ele mesmo, cumprindo os desejos de seu próprio coração. No obstante, este tipo de "liberdade" em realidade resulta ser a pior escravidão e miséria possíveis.

A Escritura nos diz que Deus não pode ser tentado pelos maus (Tiago 1:14), que Deus não pode mentir, nem cometer injustiça. Acaso significa que Deus não é livre porque não pode fazer o que é mau? Certamente não. Portanto, quando Deus intervém e impede os pecadores, isto também não diminui a sua verdadeira liberdade. O homem já estava em escravidão e então Deus não tem tirado nada do homem, senão que tem aumentado a sua verdadeira liberdade. Entre mais o homem seja impedido de pecar e liberado da escravatura do pecado, mais liberdade tem..

Segundo: Como pode o pecador ser responsável de fazer o que por natureza é incapaz de fazer? Como pode ser condenado por não fazer o que é incapaz de fazer?.

Alguns têm concluído erroneamente que a queda do homem e sua incapacidade espiritual têm terminado com sua responsabilidade moral. Dizem que não é possível que o homem seja tanto incapaz como responsável; dizem que isto é uma contradição. A Bíblia responde que a pesar da depravação e a pesar de sua incapacidade, o homem é inteiramente responsável: responsável de buscar a Deus, responsável de obedecer ao evangelho, responsável de arrepender-se e confiar em Cristo, responsável de deixar seus ídolos e submeter-se a Deus.

O fato de que Deus exija ao homem coisas que ele é incapaz de fazer é uma realidade; por exemplo, lemos na Bíblia: "amarás a Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de toda a tua mente", "sede vós perfeitos como vosso Pai nos céus é perfeito", "arrependei-vos e crede no evangelho". O homem não regenerado é incapaz de fazer todas estas coisas, mas isto não muda sua responsabilidade e dever de fazê-las. Deus não pode exigir menos que a santidade e a justiça. Embora o homem tenha perdido a sua capacidade, isto não tem anulado nem acabado com sua obrigação. [1]
 
É simplesmente um argumento filosófico o que diz que a responsabilidade humana é limitada pela incapacidade. Este argumento conduz a uma absurda conclusão de que, quanto mais pecaminoso seja alguém, menos responsabilidade teria. O diabo é um bom exemplo disto. Ninguém duvida da depravação total do diabo. Não há dúvida alguma de que aborrece a Deus, de que é incapaz de fazer o bem e ainda incapaz de arrepender-se. Mas nenhuma destas coisas o desculpa em nada; ao contrario, aumentam sua culpabilidade e sua condenação.

Agora é necessário fazer alguns comentários sobre a natureza da incapacidade humana:

O homem caído não só é incapaz de fazer o bem espiritual, senão também é culpável de sua própria incapacidade.
O homem é culpável porque tem continuado na mesma rebelião de Adão. Este caiu voluntariamente e nós nele (Veja Romanos 5:12). Mas, como uma raça, temos continuado em rebelião até o dia de hoje. Cada ser humano tem participado voluntariamente da mesma rebelião de Adão. O fato de que nenhuma pessoa liberada a si mesma queira arrepender-se e voltar-se a Deus é a prova de sua rebelião.
É necessário entender a distinção entre a incapacidade física (natural) e a incapacidade moral (espiritual). Por exemplo, existe uma diferença entre a cegueira de Bartimeu e a cegueira daqueles que fecham seus olhos para não ver. Existe uma diferença entre os que são surdos de nascimento e aqueles que cobrem seus ouvidos para não ouvir a verdade. A capacidade natural (física) tem a ver com as faculdades que recebemos como seres humanos, por exemplo: a capacidade de pensar, de falar, de ver, de ouvir e sobre tudo, de escolher. Os homens têm mente e vontade e a capacidade de escolher o que desejam. Qual é, então, o problema? O problema radica em seus "desejos". Por natureza os homens não têm o desejo de serem salvos; não querem vir a Cristo..
Isto é o que Cristo assinalava quando dizia: "Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou o não trouxer (...) Por isso eu vos disse que ninguém pode vir a mim, se por meu Pai não lhe for concedido" (João 6:44,65). Quando a Bíblia diz que os homens não pode vir, significa que a incapacidade é espiritual e moral. Não podem porque não querem. Assim o disse Cristo em João 5:40: "E não quereis vir a mim para terdes vida". Os homens não podem porque aborrecem a Deus e amam seus pecados (veja João 3:19-20 e Romanos 8:5-8). Esta incapacidade é moral e espiritual e nela encontra-se a raiz da depravação humana.

Terceiro: Como pode Deus decretar que os homens façam certos pecados e depois responsabilizá-los por cometê-los?.

Para responder esta pergunta vamos considerar a traição e a crucifixão de Cristo. O Antigo Testamento profetizou que Cristo seria traído (Zacarias 11:12) e morto (Isaías 53). Em Atos 2:23 se declara: "A este que vos foi entregue pelo determinado conselho e presciência de Deus, prendestes, crucificastes e matastes pelas mãos de injustos". Note que os homens são inculpados por aquilo que foi predeterminado por Deus. Também Atos 4:27-28 diz: "Porque verdadeiramente contra o teu santo Filho Jesus, que tu ungiste, se ajuntaram não só Herodes, mas Pôncio Pilatos, com os gentios e os povos de Israel; para fazerem tudo o que a tua mão e o teu conselho tinham anteriormente determinado que se havia de fazer".

Foi o propósito de Deus que Cristo morre-se crucificado. Ainda assim, o propósito dos homens de trair e crucificar a Cristo não foi para obedecer a Deus, senão antes bem uma manifestação de seu ódio e rebelião contra Ele. Judas mesmo confessou suas malvadas intenções em Mateus 27:4: "Pequei, traindo o sangue inocente". Por este motivo Judas foi condenado por Deus. A traição de Judas formou uma parte do plano eterno de Deus, mas isto não o livrou de sua responsabilidade. Cristo mesmo afirmou este ponto em Lucas 22:22, dizendo: "E, na verdade, o Filho do homem vai segundo o que está determinado; mas ai daquele homem por quem é traído!".

Deus não colocou no coração de Judas, nem também não dos judeus, o desejo de trair a Cristo. Deus não aprova o pecado nem também não é o seu autor.

Os motivos e os propósitos malvados dos homens nascem de seu próprio coração (veja Tiago 1:13-14), e portanto são responsáveis perante Deus. o coração perverso dos homens produz as más obras, mas Deus refreia e dirige esta maldade para cumprir através dela seus propósitos. Os seguintes textos afirmam esta verdade: "O coração do homem planeja o seu caminho, mas o SENHOR lhe dirige os passos." (Provérbios 16:9); "Certamente a cólera do homem redundará em teu louvor; o restante da cólera tu o restringirás." (Salmo 76:10).

Portanto os decretos de Deus não são a causa dos pecados humanos, antes bem seus decretos limitam e dirigem os atos malvados dos homens para cumprir seu plano eterno. Deus não forçou Judas a realizar a maldade que ele fez, senão que Deus usou a maldade de Judas para cumprir o plano da redenção.

Quarto: Como pode o pecador ser responsável de receber a Cristo e ser responsável por rejeitá-lo, quando Deus não o tem escolhido para ser salvo?

Em primeiro lugar, temos que compreender que ninguém pode saber com plena certeza que não é um dos escolhidos de Deus. Este conhecimento pertence ao conselho secreto de Deus, ao qual nenhum ser humano tem acesso (Deuteronômio 29:29). A vontade revelada de Deus é a norma da responsabilidade humana. Deus tem revelado em sua Palavra que todas as pessoas devem arrepender-se a crer no evangelho (Atos 17:30 e 1 João 3:23). As mesmas Escrituras dizem que todos aqueles que se arrependam e acreditem serão salvos. Todos os homens são responsáveis de esquadrinhar as Escrituras, "que podem fazer-te sábio para a salvação" (2 Timóteo 3:15). Já que a fé vem pelo ouvir a Palavra de Deus (Romanos 10:17), então é o dever de cada pecador esquadrinhar as Escrituras, rogando a Deus que lhe conceda entendimento para a salvação de sua alma. Façamos o que Deus tem nos ordenado e deixemos o resto em suas mãos. 

Como já mostramos, é um fato que o homem não quer se voltar a Deus, nem obedecê-Lo, nem amá-Lo, o que é a fonte de sua incapacidade.

Isto é o que origina a necessidade da graça eletiva de Deus. Se não fosse por esta graça, ninguém seria salvo (Isaías 1:9). Já que o homem é incapaz de cumprir com as exigências de Deus, então, que deveria fazer? Primeiro, deveria humilhar-se e reconhecer a sua incapacidade. Segundo, deveria clamar a Deus e pedi-Lhe a graça para superar sua incapacidade. Cada crente verdadeiro reconhece sua incapacidade e depravação, e roga a Deus fervorosamente por sabedoria, graça e poder para conseguir realizar o que é agradável perante Ele.

Da mesma maneira, cada pecador é responsável de invocar o Senhor reconhecendo que a Palavra de Deus diz a verdade quando descreve sua condição depravada, e reconhecendo que o juízo de Deus é justo. Seu dever então é clamar a Deus e Lhe pedir o poder de Seu Espírito Santo para conduzir seu coração à obediência e submissão a Cristo. Se o pecador faz isto sinceramente, então Deus responderá a seu clamor, porque a Escritura diz: "Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo" (Romanos 10:13). Tal como um homem que esteja morrendo sem forças nem habilidade para salvar a si mesmo deveria clamar por ajuda, assim também o pecador incapaz de salvar a si mesmo deve clamar a Deus a fim de que Ele faça o que ele é incapaz de realizar. Porém, se o pecador está decidido a perecer e recusa vir a Cristo, então não pode inculpar a ninguém, salvo a si mesmo. 

Se o pecador pode ou não entender como harmonizar a soberania de Deus e a responsabilidade humana, de todas maneiras permanece como responsável de invocar a Cristo para salvação do pecado e da ira de Deus.

Talvez enquanto leia estes capítulos, tenham surgido algumas perguntas.

Quiçá tenha se perguntado: por que os crentes incomodam-se em predicar o evangelho aos inconversos se em verdade os homens não têm a capacidade de receber a Cristo como seu Salvador? Ou a pergunta seja: por que os crentes devem preocupar-se por orar se Deus já tem decidido o que vai acontecer? Ou, então: por que devem realizar um esforço os crentes para chegar a ser melhores pessoas, se Deus mesmo está controlando as suas vidas? Talvez esteja pensando que é uma injustiça e um agravo de Deus escolher só certas pessoas para serem salvas.
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Nota: 

[1] As seguintes ilustrações [tomadas de várias fontes pelo tradutor] servirão para confirmar este ponto: a) um bêbado que atropela e mata uma pessoa ao estar dirigindo seu carro não é considerado inocente [ou não responsável], ainda que não fosse capaz de controlar seu veiculo; b) o ladrão, que é controlado pela concupiscência e a avareza, não pode deixar de roubar. Mas o fato de que não possa deixar de fazê-lo não o inocenta [não tira a sua responsabilidade]; c) a segunda carta de Pedro nos fala de aqueles que "Tendo os olhos cheios de adultério, e não cessando de pecar". Mas isto não diminui em maneira alguma sua culpa e sua responsabilidade; d) o argumento proposto pelos homossexuais na atualidade é que são pervertidos por natureza e nasceram assim. Portanto dizem que não é possível que deixem seu pecado. Contudo, Romanos 1:26-28 diz que recebem em si mesmos a retribuição devida a seu extravio; e) a escusa daqueles que dizem: "Sou assim e não posso mudar" não serve senão para condená-los; f) a pessoa que tem uma dívida que não pode pagar. A lei não a escusa, por este fato, de sua responsabilidade de pagar. Em forma semelhante, Deus não tem perdido seu direito de exigir o pagamento, embora os homens tenham perdido sua capacidade de pagar. A impotência humana não cancela a obrigação nem a responsabilidade; g) o fato de que o coração humano é depravado, o fato de que ame o pecado e não possa deixá-lo, não faz de modo algum que alguém seja menos responsável dos seus pecados. Se não fosse assim, então entre mais depravado e mais endurecido que alguém chegasse a ser, menos responsabilidade teria. Nesse caso, Deus não poderia julgar ninguém.