segunda-feira, 31 de outubro de 2016

95 TESES CONTRA A TEOLOGIA DA PROSPERIDADE


1 - Deus não é seu empregado.
2 - A conversão de Zaqueu não foi nada lucrativa para ele.
3 - Cristãos também ficam doentes, também ficam tristes, também se sentem sozinhos.
4 - Ímpios também prosperam emocional, física e financeiramente. 
5 - Ter fé não é necessário para se dar bem na vida material.
6 - Não precisamos "parar de sofrer" para sermos felizes.
7 - Não precisamos pregar imitando a voz de outra pessoa.
8 - Não precisamos da "cobertura espiritual" de nenhum desses apóstolos da televisão.
9 - Precisamos apenas de Jesus Cristo.
10 - Nem todo cristão nasceu para ser líder, mas todos precisam servir uns aos outros.
11 - É errado dar mais privilégios para gente rica na igreja, apenas porque são ricos.
12 - É pecado distorcer a Palavra para aumentar a receita da igreja.
13 - É impossível servir a Deus e a Mamom. O mundo go$pel chegou para nos lembrar disso.
14 - Quem busca o dinheiro antes de Cristo, na verdade, nunca buscou a Cristo.
15 - A nossa salvação não custou o sangue dos nossos adversários, mas sim o sangue do nosso melhor Amigo.
16 - A Bíblia não diz que Deus está na obrigação de nos abençoar.
17 - Deus não está teologicamente obrigado a nada.
18 - Não é necessário um "culto de cura" para Deus curar.
19 - Não é necessário um "culto de libertação" para Deus libertar.
20 - Não é necessário um "culto de oração" para Deus ouvir.
21 - Quem ora não está "pagando um preço". Quem ora está louvando, pedindo e agradecendo a Deus. 
22 - Não adianta termos dons espirituais se não tivermos caráter para usá-los.
23 - Deus é o dono do ouro e da prata. Você não.
24 - Judas vendeu a Cristo e muitos "pastores" têm feito o mesmo.
25 - Você não é a Univer$al. Você é um grande pecador e Cristo é um grande Salvador.
26 - Não adianta se esforçar para falar apenas coisas positivas. Elas não se materializarão magicamente na sua vida.
27 - A água do Rio Jordão é tão "sagrada" quanto qualquer água.
28 - Não existe nenhuma ordem bíblica para cada cristão ter 12 discípulos assim como Jesus teve.
29 - Hoje, não existem mais "apóstolos" no sentido de terem autoridade doutrinária sobre a Igreja e serem estabelecidos por Cristo.
30 - A salvação não é uma troca de favores.
31 - Não há como comprar o perdão de Deus.
32 - Não há como comprar aquilo que não tem preço.
33 - Nosso relacionamento com Deus não funciona por meio de barganhas, mas sim pela graça mediante a fé.
34 - O mundo é caído. Nem sempre é "vencer ou vencer".
35 - Não existe "unção da prosperidade de Salomão".
36 - Toda oferta financeira é voluntária e NUNCA obrigatória. 
37 - Aproveitar-se disso para não ofertar é coisa de gente que ama mais o dinheiro do que a Deus.
38 - É incorreto pregar que as evidências de uma verdadeira fé estão nas condições financeiras do crente.
39 - É incorreto pregar que, uma vez que Jó foi próspero no fim da vida, todos os que forem fiéis também serão.
40 - É incorreto (e ridículo) usar técnicas de hipnose ou musicoterapia para conseguir mais dinheiro dos fiéis.
41 - Pastores verdadeiros devem ser honrados, mas não a ponto de a igreja considerá-los infalíveis e intocáveis.
42 - A igreja deve julgar falsos ensinamentos, segundo a Palavra de Deus nos orienta, e expulsar os falsos mestres dos púlpitos.
43 - A igreja deve buscar o Reino de Deus e a Sua justiça em primeiro lugar.
44 - A igreja deve chorar com os que choram e se alegrar com os que se alegram.
45 - É muito estranho dar oportunidades para políticos fazerem propaganda eleitoral dentro de igrejas.
46 - É blasfemo cobrar qualquer quantia para pregar a Palavra. Um pregador não deve ser um peso para ninguém.
47 - Um pregador da Palavra deve viver de ofertas voluntárias, e não de "ofertas combinadas". Se é combinado, então já não é oferta.
48 - Copo d'água em cima da televisão é coisa do espiritismo afro-brasileiro. No Cristianismo, não tem isso.
49 - Comprar pacotinhos de sal grosso não te deixará mais santo. Vendê-los com esse propósito é pecaminoso.
50 - A pregação cristocêntrica da Palavra é o principal meio pelo qual a Igreja é fortalecida no Senhor.
51 - Deus não nos trata como criancinhas mimadas.
52 - Deus não está nem aí impressionado com nossa "adoração extravagante".
53 - Não existe "sabonete do lavandeiro" ou "sabonete do descarrego".
54 - Não existe "trízimo".
55 - Não existem "rosas ungidas".
56 - Não existe "água fluidificada".
57 - Não existe poder em "ramos de arruda".
58 - Não existe poder no "cajado de Abraão".
59 - Não existe "galho ungido do Monte das Oliveiras"
60 - Não existe "lenço ungido".
61 - Não existe "folha da árvore da vida".
62 - Não existe poder na "fita vermelha". 
63 - Não existe o "manto sagrado do túmulo de Jesus".
64 - Não existe poder no "óleo do amor".
65 - Não existem as "pedras ungidas da tumba de Jesus".
66 - Não existe unção na "arca".
67 - Não existe "a vara de Arão".
68 - Não existem patriarcas, nem são estes os líderes espirituais dos apóstolos.
69 - Não existem "atos proféticos".
70 - Não existe a "fronha milagrosa dos sonhos"
71 - Não existe "caneta ungida".
72 - Não existe "meia ungida".
73 - Não existe "martelo" que possa fazer milagres.
74 - Não existe NENHUM objeto que, consagrado ou ungido por um líder espiritual, possa garantir bênçãos materiais para a vida do crente.
75 - Não existem vestes mais santas que outras.
76 - Não existem locais mais santos que outros.
77 - Não existem objetos mais santos que outros.
78 - Não existe a "unção do riso".
79 - Não existe "transferência de geração".
80 - Expulsar demônios é mais prioridade ao invés de querer entrevistá-los. 
81 - É errado fazer uma doutrina de um texto isolado.
82 - "Porção dobrada" não tem nada a ver com dinheiro.
83 - O Espírito Santo não provoca arrepios. O nome disso é emoção. O Espírito Santo provoca mudança de vida.
84 - O Espírito Santo parece se preocupar mais com a ética do que com a estética de alguém.
85 - Da experiência emocional de alguém, não pode se estabelecer uma teologia bíblica.
86 - Cristo é o único mediador entre Deus e os homens.
87 - Não existe nenhum texto tão santo e tão puro quanto a Palavra de Deus.
88 - Os elementos judaicos são isso mesmo: elementos judaicos.
89 - Deus não fará todas as nossas vontades.
90 - Ou enfrentamos a vida crucificada, ou adoramos Mamom.
91 - Um verdadeiro discípulo é justo porque vive pela fé.
92 - Um verdadeiro discípulo sabe que Deus supre nossas necessidades em Cristo Jesus.
93 - Um verdadeiro discípulo sabe que deve renunciar tudo aquilo que o impede de seguir a Jesus plenamente.
94 - Um verdadeiro discípulo deve ser capaz de se gastar em favor dos outros.
95 - Um verdadeiro discípulo sabe que um ensinamento pode fazer chover milagres, mas deve ser rejeitado, caso não esteja nas Escrituras Sagradas.

- Soli Deo Gloria!

[Texto escrito em alusão aos 499 anos da Reforma Protestante, quando o monge agostiniano Martinho Lutero, no dia 31 de Outubro de 1517, afixou, na Catedral de Wittenberg, na Alemanha, as suas noventa e cinco teses contrárias à venda de indulgências por parte da Igreja Católica de sua época.]


por Lucas Martins

Reforma Protestante e o movimento evangélico brasileiro!


O movimento evangélico brasileiro, ao menos no discurso, afirma seu vínculo histórico com a Reforma Protestante do século XVI, contudo, seus desdobramentos práticos em nosso país, infelizmente, têm estado bem distantes de tal realidade e promovido inúmeros ensinos distorcidos que desembocam em atitudes equivocadas, que corrompem a verdade da Escritura, a saúde da igreja e a vida dos que estão e se aproximam desta de um modo geral.

Foi o saudoso Bispo Robinson Cavalcanti quem disse:

“Qual o jovem cristão hoje que pode minimamente discorrer sobre Lutero, Calvino, Melanchton ou Beza? Qual é o fiel de hoje que conhece os catecismos ou as confissões de fé como as de Westminster, de Augsburgo ou XXXIV Artigos da Religião? Em relação à Reforma o nosso protestantismo é como um computador primitivo, não possui memória, apenas uma vaga lembrança.”

Infelizmente nos dias atuais promovemos muito mais a experiência, os resultados e os relacionamentos, enquanto que a fé, a confessionalidade, o ensino robusto e o amor à Escritura como palavra pela qual Cristo governa Sua igreja são deixados de lado, rotulados como “chatos e dispensáveis” ou enquadrados dentre as atividades que “não empolgam ninguém”. Não é difícil presenciar, eu mesmo já o fiz, pessoas dentro das igrejas evangélicas brasileiras que não têm a menor ideia das suas origens como cristãos, que ao ouvirem o termo “Reforma” confundem o movimento do século XVI com uma possível reforma aqui ou ali na construção do templo. Claro que não estou falando de irmãos novos na fé que ainda carecem de conhecimento básico, estou falando de moços, moças, homens, mulheres, gente adulta inteligente, que frequenta igreja por 2, 3, 5, até 10 anos. É claro também, que não estou generalizando, existe um sem número de igrejas sérias em nosso país e o movimento de retorno às Escrituras e à ortodoxia tem crescido consideravelmente, porém, a quantidade de cristãos protestantes brasileiros que tem pouca ou nenhuma informação a respeito de quem são, de onde vêm suas raízes e porque recebem o nome de ‘cristãos protestantes’ ainda assim é alarmante.

E você, sabe do que se trata a Reforma Protestante? 

A Reforma Protestante foi o movimento que lutou contra o clericalismo e o hierarquismo que dominavam a Igreja Católica Romana no final do século XV, início do século XVI, e, por conseguinte, grande parte da estrutura social da época, hasteando com toda força a bandeira da doutrina bíblica do sacerdócio universal dos crentes e da suprema autoridade das Escrituras Sagradas sobre a vida do cristão. Numa época onde apenas clérigos, nobre e reis podiam ler e escrever, os reformadores espalharam escolas e universidades pela Europa balizados na ideia de que todo ser humano fora criado a imagem e semelhança de Deus e tem o direito a alfabetização e ao aprendizado, e que toda atividade é santa perante Deus e pode ser feita de forma excelente para Sua glória. No anseio de formar gente para servir a Deus e aos homens em todas as áreas da vida, contrapondo em absoluto a prática católica romana da época, algumas das instituições fundadas pelos reformadores na área da educação foram as Universidades de Genebra, Zurique, Utrech, Amsterdã, Harvard, Yale, Princeton, Brown, Dartmouth e Rutgers. Os Puritanos restauraram Oxford e Cambridge. A Reforma foi muito mais que um movimento religioso, os reformadores lançaram as bases para uma nova sociedade, empoderando cristãos a se especializarem nos dons que tinham para servir a quem quer seja, onde quer que fosse para a glória de Deus. Estavam abertos os portões para uma grande revolução na história da humanidade.

Michael Horton em seu livro “O cristão e a cultura” mostra com veemência o quanto nossos pais criam que Deus é Senhor de toda a nossa vida! Horton descreve esta imensa mudança que o mundo experimentou com a Reforma Protestante nas figuras de Lutero e Calvino:

Martinho Lutero persuadiu o governo a proclamar a educação universal compulsória tanto para meninas como para meninos, pela primeira vez na história ocidental. Com seus associados ele criou um sistema de educação pública na Alemanha. O cristianismo era religião da Palavra, e aqueles que dependiam de imagens religiosas e só “ouviram falar” eram, a princípio espiritualmente empobrecidos. Mas eram também culturalmente empobrecidos e esse era um ponto igualmente importante. Com esse propósito o colega de Lutero, Melanchthon, declarou: “A finalidade última que confrontamos não é apenas a virtude particular mas o interesse do bem público.”
Calvino argumentava na seguinte linha: Visto que é necessário preparar as gerações futuras a fim de não deixar a igreja num deserto para os nossos filhos, é imperativo que se estabeleça um colégio para se instruir os filhos e prepará-los tanto para o ministério quanto para o governo civil.” (Ordenanças de 1541)

Os reformadores acreditavam que todo homem tem direito de ser respeitado, valorizado e ensinado. Não é o fato se ser Rei, governante, nobre, professor, enfermeiro, gari ou um pastor que confere maior santidade e um lugar mais importante a alguém junto de Deus, afinal, é muito possível encontrar um pastor relapso, preguiçoso e desonesto para com os estudos da Escritura Sagrada e suas atividades pastorais, que traz desonra e vergonha para Deus, e, uma dona de casa caprichosa e amorosa que faz seu trabalho com afinco e orgulho, que traz glória para Deus. Não é o que fazemos que traz mais ou menos glória para Deus, e sim como fazemos. Somos cristãos em todos os momentos, em todos os lugares, fazendo todas as coisas, não apenas quando estamos de batina ou de terno e gravata encaixotados dentro de um “templo” religioso. Ideias como essas revolucionaram nações inteiras na Europa e serviram como grandes fogueiras que deixaram o velho continente em chamas e o corpo de inúmeros mártires cristãos em cinzas neste período da história.

Foram os reformadores que tiveram a coragem de tomar a autoridade da igreja das mãos da tradição e do clero e entregá-la de volta às Sagradas Escrituras, foram eles que nos lembraram novamente que somos salvos apenas pela graça, mediante a fé, e que a obra da salvação e qualquer movimento de avivamento nunca foi e nunca será protagonizado e provocado por algum homem, e que todo aquele que crê, só crê porque o Espírito Santo o convenceu do pecado da justiça e do juízo. Os reformadores nos lembraram que glorificamos a Deus não apenas nos monastérios e nos templos, e que não precisamos demonizar o mundo, a criação e tudo que neles há. Foi a cidade de Genebra, pelas mãos de um reformador, a primeira cidade na Europa a ter saneamento básico, polícia, água encanada, hospitais e o parto de infantes regulamentado e assistido por profissionais da área. Boa parte da noção ocidental de democracia, república, arte, justiça, liberdade de imprensa, direitos humanos, defesa de minorias e educação vem do movimento reformista. Foram os reformadores que traduziram a Escritura para diversas línguas. Se a Bíblia Sagrada hoje pode ser lida em português e tantos outros idiomas, é porque homens e mulheres sofreram muito, a ponto de derramarem o próprio sangue por esta causa. A fundamentação e o aperfeiçoamento de línguas como o alemão e o francês estão ligados profundamente a obras do período da reforma como a tradução da Bíblia Sagrada para o alemão e As Institutas da Religião Cristã, respectivamente.

O escritor Alister McGrath em seu livro “Origens Intelectuais da Reforma” faz um questionamento interessante, ele pergunta: a Reforma Protestante alcançou seu objetivo? O motivo principal que era reformar o que já estava criado foi alcançado? Creio que uma resposta sensata diante desta questão seria não. Não era intenção de Martinho Lutero dividir a igreja, antes, sua proposta era reformá-la! No entanto isso não aconteceu, a Igreja Católica Romana se fechou, excomungou-o como herege, veio a contra-reforma e o protestantismo começou a se expandir, tomar forma e ganhar contornos cada vez mais robustos. É importante não atribuir status canônico aos reformadores e suas obras, são homens como todos nós, que tiveram suas falhas como quaisquer outros, contudo, foram escolhidos por Deus para uma missão grandiosa que marcaria o planeta para todo sempre. A reforma da igreja como pensavam os primeiros reformadores, em certo sentido, foi um fracasso, mas nos apontou caminhos, trouxe luz a muitas mazelas escondidas do seio de uma instituição religiosa gigantesca e fundamentou filosófica e teologicamente a prática da Igreja de Cristo daquele momento em diante.


O que Lutero e Cia nunca imaginou que aconteceria 

Numa breve leitura do cenário do protestantismo atual no Brasil é possível perceber um retrocesso preocupante em relação a grande parte do que foi a luta do movimento reformado. Vejamos alguns pontos:

  • Grandes denominações centradas na figura de uma única pessoa, prática que faz alusão a uma espécie de papismo e atenta contra o princípio protestante do sacerdócio universal dos crentes.
  • Tradicionalismo ou denominacionalismo exacerbado que em diversos momentos toma o lugar das Escrituras Sagradas no governo da igreja.
  • Redemonização do mundo, que fere o princípio que a criação é boa e bela e Deus, em sua missão (MissioDei) a está reconciliando consigo mesmo por meio de Seu Filho Jesus, utilizando-se muitas das vezes de Seus santos espalhados pelo mundo.
  • Isolacionismo, ou seja, a ideia de que para ser santo deve-se evitar o contato com o mundo, que fere o ensino reformado de santidade ativa no mundo.
  • Teologia da prosperidade que fere contundentemente a memória e os ensinos dos mártires e com toda certeza seria escorraçada pelos reformadores.
  • Teologia dos que são cabeça e não cauda, que dominam ao invés de serem dominados, chamada teologia do domínio, nega o chamado do cristão ao serviço sacrificial.
  • Alienação política ou a política feita em causa própria, fere a ideia do exercício político a serviço de toda nação para glória de Deus e não a serviço de uma minoria para glória de um grupo.
  • Insensibilidade e afastamento social contrasta com as obras de misericórdia e amor que eram pontos centrais do ensino e da vida dos reformadores.
  • Preconceito com o conhecimento científico, principalmente em relação as ciências humanas e com os estudos em geral, completamente antagônico aos títulos de mestres e doutores de inúmeros mestres reformadores que, diga-se de passagem, tinham como meta a educação e a construção de universidades.
Olhar no retrovisor da história nesse momento de comemoração dos 498 anos de Reforma Protestante é extremamente necessário. Para onde estamos indo como povo de Deus espalhados por esse mundo? O que temos acrescentado, qual a nossa contribuição aos de fora da igreja? Que tipo de evangelho tem sido pregado do alto de nossos púlpitos? Temos honrado o sangue de tantos e tantos mártires da causa do evangelho? Os reformadores se sentiriam parte das igrejas evangélicas atuais? É a glória de Deus que estamos buscando acima de todos os outros interesses como igreja de Cristo em solo brasileiro?

É necessário que nesse 31 de Outubro de 2016, deixemos o Halloween Gospel de lado e dediquemos mais tempo para o estudo de onde viemos, do que diziam, escreviam e de como viviam os fundadores do movimento ao qual, pelo menos no discurso, dizemos fazer parte. Conforme disse acima, a reforma protestante nos apontou caminhos, caminhos preciosos desbravados a duras penas, à custa de muito sangue e trabalho. Cabe a nós, em nossa geração, contextualizar todas estas realidades e fundamentados no temor do Senhor, na Bíblia Sagrada e no exemplo destes piedosos e fiéis homens de Deus, glorificarmos o nome de Cristo Jesus em todas as esferas da vida, o tempo todo e em todos os lugares. Sejamos corajosos! Que Deus abençoe a igreja brasileira e que nos lembremos hoje, mais do que nunca, de um dos principais lemas da Reforma que diz: igreja reformada sempre se reformando.

Que Deus nos alcance!



por Lucas Freitas
Fonte: Minha Vida Cristã

sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Uma mulher bonita é uma pessoa, e não apenas um corpo!



"Mas o homem encoberto no coração; no incorruptível traje de um espírito manso e quieto, que é precioso diante de Deus." (1 Pedro 3:4)
Eu amo isto. Mulheres, vocês são pessoas. Vocês não não são apenas corpo a seres vistos como alvos.


Eu estava orando no outro dia. Aos sessenta e nove anos de idade, eu ainda sou um homem, e os homens têm uma tendência para a atração sexual - olhando para coisas que não devemos olhar, ou olhando muito tempo para onde poderíamos olhar inocente, ou o que quer que seja. Eu estou indo para o aeroporto e meus olhos estão brilhando aqui e ali conforme vejo pessoas caminhando pra lá e pra cá. Eu só estou sussurrando ao Senhor: "Deus, me ajude a ver os olhos das mulheres." Quando digo olhos, não me refiro a maquiagem; Quero dizer onde a pessoa está. "Deus, eu quero ver as pessoas, não corpos. Ajude-me."

As mulheres precisam ouvir - homens, também - mas as mulheres precisam ouvir: Você é uma pessoa. Não é um corpo a ser decorado.


Depois de ver dessa forma, então o corpo vai ser  decorado com uma roupa apropriada, maquiagem adequada, cabelo adequado e tudo o mais. O seu corpo não é mais um deus para você. Não é mais o que você viver. Por favor, não vivam para isso. Deixe seu adorno ser o homem interior do coração, com a beleza imperecível de um espírito manso e tranquilo. Se "calma" tem uma conotação negativa para você, tente a palavra "sereno", ou "tranquilo".


“O enfeite delas não seja o exterior, no frisado dos cabelos, no uso de jóias de ouro, na compostura dos vestidos; mas o homem encoberto no coração; no incorruptível traje de um espírito manso e quieto, que é precioso diante de Deus.” (1 Pedro 3.3-4)

Algumas mulheres podem queixar-se, mulheres sempre tem que ficar quietas. As mulheres não estão autorizados a falar. Duvido que neste verso especialmente, aquelas palavras iriam ser aceitas sem uma difícil restrição dolorosa, mas sim com uma bela serenidade, como um lago que é sereno. É tranquilo.

Ele continua a dizer a estas mulheres, "não tenham medo de nada." Estes são meu tipo de mulher. Destemidas diante do colapso americano. Sem medo para criar e cuidar dos seus filhos. Destemidas diante da dificuldade na igreja. Estas são mulheres fortes, e a força vem de dentro. A força não está no que está sendo construída pela atenção dos outros. As estrelas de cinema estão sempre tentando fazer uma pose com a forma como as suas roupas sexy são, como sua figura sexy é, como sexy é o cabelo. Porque elas fazem aquilo? Poder. Elas sabem no que os homens caem. Colocando em uma certa aparência, o ato de se sentirem poderosas.

As Mulheres santas esperam em Deus

Pedro diz que o poder é bom, e ele nos diz onde o poder real reside. O poder está na pessoa, está no coração. Na pessoa ou no coração que é manso, como o de alguém que volta o bem para quem o fez mal, com forte determinação de não fazer mais do que Jesus fez quando estava na cruz. Mulheres poderosas são calmas, serenas, tranquilas e em espírito, que aos olhos de Deus é muito, mais muito precioso.

Pedro oferece uma razão para perseguir este tipo de beleza e poder: "Porque esta é a forma como as santas mulheres que esperavam em Deus adornavam-se" (1Pedro 3:5). Pedro novamente está de volta à santidade. Essa é a nossa vocação. É isso que vocês estão vivendo, mulheres (e homens)?

"As santas mulheres que esperavam em Deus... "(1Pedro 3:5) Aí está a chave. Você espera na aprovação do seu marido? Você espera na conversão do seu marido? Você espera em homens em torno de você que gostam do que vêem em você? Ou você espera em Deus?

Isso não significa que você não queira que seu marido venha a ser convertido, ou que você não queira ter qualquer influência sobre ele, ou que você não quer que as pessoas olhem para você com favor. Isso significa que você tem prioridades aqui, e Deus é tudo para você. Deus é tudo. Sua esperança está em Deus. Você está recebendo a sua identidade de Deus. Você está recebendo a sua satisfação de Deus. Você está recebendo sua esperança e seu futuro e sua alegria de Deus.


por John Piper
Fonte: Desiringgod.Org
Tradução: GoogleTradutor

A “suposta” Vontade Permissiva de Deus




Com respeito aos atos pecaminosos dos homens e demônios, devemos falar não somente da permissão de Deus, mas também de sua determinação. A Sagrada Escritura usa uma linguagem bem mais positiva. Devemos entender que o motivo para se falar da permissão de Deus, e não de sua vontade determinada com respeito ao pecado e os atos maldosos dos homens, é que Deus nunca pode ser apresentado como o autor do pecado. Mas, esse propósito não é alcançado falando-se da permissão de Deus ou de sua vontade permissiva: se o Todo-poderoso permite o que poderia igualmente ter impedido, é a mesma coisa do ponto de vista ético se tivesse ele mesmo assegurado. Dessa forma, perdemos a Deus e sua soberania: permissão pressupõe a ideia que existe um poder fora de Deus, que pode produzir e fazer algo à parte dele, mas que recebe a mera permissão por Deus para agir e operar.

Isso é dualismo, e aniquila a soberania completa e absoluta de Deus. Devemos manter que o pecado também, e todos os atos perversos dos homens e anjos, tem um lugar no conselho de Deus, no conselho de sua vontade. Isso é ensinado pela palavra de Deus. Sem dúvida foi de acordo com o conselho determinado de Deus que Cristo foi cravado na cruz e que Pilatos e Herodes, com os gentios e Israel, reuniram-se contra o santo Jesus (Atos 2:23; 4:24-28). Portanto, é muito melhor falar que o Senhor em seu conselho, não somente odeia o pecado, mas também determinou que aquilo que ele odeia, aconteceria para revelar seu ódio e servir a causa do seu pacto.




por Herman Hoeksema
Fonte: Reformed Dogmatics, volume 1, pág 226-227.
Via: Monergismo

terça-feira, 25 de outubro de 2016

Por que não construímos templos?


A velha e nova aliança

  • Cremos que não apenas temos que ter a Bíblia como nossa base de fé, mas também precisamos fazer diferença entre as duas alianças.
  • Se fôssemos praticar tudo o que ensina o Velho Testamento estaríamos em grande confusão. Teríamos que sacrificar animais, guardar o sábado, apedrejar adúlteros e outras coisas mais. Então nossa regra de fé é baseada no NT, muito mais que no VT.
  • E precisamos entender quais coisas mudaram com a nova aliança.

Onde começa a nova aliança?

  • Começa quando Jesus a propõe na última ceia. Ali ela é virtualmente instaurada. Entra em vigor com sua morte, ressurreição, ascensão e com a descida do Espírito Santo.
  • Ou seja: Jesus viveu no período onde a velha aliança era vigente. Por isso ele chamou o templo de Jerusalém de "casa de meu pai" (Lc 2.49).
  • Jesus era judeu e viveu como tal, obedecendo toda a lei de Moisés.
  • Se o fato de que Jesus referendou o templo judaico fosse uma prova de que deveríamos ter templos ainda hoje, então também teríamos que praticar a circuncisão, pois Jesus foi circuncidado (Lc 2.21).
  • Então. Jesus referendou o templo como casa de seu Pai, porque ele era judeu e viveu no tempo e contexto da velha aliança.
  • Em conversa com a mulher samaritana ele disse que haveria uma mudança radical quanto ao lugar de culto. A mulher perguntou onde era o lugar certo para adoração (Jo 4.19). Jesus respondeu que esta questão de lugar para adoração estava para mudar. Disse que não seria mais uma questão de local, mas de atitude espiritual (Jo 4.21-24).

Como foi a prática da igreja logo após o pentecostes? Em Jerusalém

  • EM JERUSALÉM At 2.46; 5.42 – No templo e de casa em casa.
  • Aqui o Espírito Santo começa a dirigir a igreja a reunir-se nas casas. Ali poderia haver maior comunhão, entrelaçamento de vidas, ambiente informal mais propício ao evangelismo, etc.
  • Eles também iam diariamente ao templo. Mas em que parte do templo? Aquele templo não era como os templos modernos com bancos voltados para um púlpito. O templo judeu tinha o “Santo dos Santos”, onde somente o sumo sacerdote podia entrar, o “Lugar Santo”, onde entravam os demais sacerdotes, e o Átrio onde o povo podia entrar. Mas este átrio era exclusivo para o uso dos costumes judaicos. A igreja não se reunia ali. Onde então eles se encontravam? No pórtico de Salomão (At 5.12). Era um lugar público onde as pessoas podiam passear (Jo 10.23), e acorriam (At 3.11). Não era um lugar para o culto judaico. Era onde os cambistas vendiam os animais e Jesus derrubou as suas mesas. Ali, neste lugar público, a igreja costumava encontrar-se. Os apóstolos haviam visto o exemplo de Jesus que durante seus três anos de ministério esteve sempre onde o povo estava e não em lugares fechados.
  • Vemos, portanto, que a igreja em Jerusalém nunca usou um templo nos moldes como a igreja o faz nos dias de hoje. Nunca viu um lugar assim, não sentiu necessidade, nem sequer o imaginou. Impactaram Jerusalém sem comprar um único tijolo.

Resumindo: Eles se reuniam nas casas e em um lugar público chamado “Pórtico de Salomão”.


No mundo gentil (depois que a igreja se espalhou por vários países).

  • Nunca mais se houve falar em templos. Importante: nunca mais! Não há um só texto, uma única referencia, nem a construir, nem a comprar templos. Leia Atos e as cartas. Não se fala mais em templos.
  • Eles se reúnam basicamente nas casas (Rm 16.5, 10, 11; 1Co 16.15, 19; Fp 4.22, Cl 4.15; Fm 1.2)
  • Os apóstolos entenderam que era hora de aplicar a verdade completa que já estava anunciada no VT. At 7.48; 17.24
  • Não é de estranhar que nós demos muita importância àquilo que os apóstolos nunca deram? Eles nunca falaram. Nunca construíram. Nunca usaram. Nunca se preocuparam com isto! Porque nós nos preocupamos com algo que não existia na vida da igreja primeira que foi modelo para todas as gerações que viriam depois?

De onde surgiram os Templos?

  • Por séculos a igreja seguiu crescendo e se edificando sem nem mesmo pensar em construir templos.
  • No terceiro século, quando o Imperador Constantino decretou o cristianismo como religião oficial do estado romano e batizou todo o seu exército à força, a igreja deixou de ser um lugar de novo nascimento para os arrependidos e sedentos pela vida eterna, para ser uma religião formal, estatal, obrigatória e sem vida espiritual. Começou aí uma grande decadência, uma série de invenções e distorções humanas que afastaram a igreja do ensino de Jesus e dos apóstolos.
  • Uma dessas invenções foi o uso do templo. Era uma imitação do judaísmo e das religiões pagãs que tinham seus templos e lugares santos. Faz parte dos desvios da igreja que foram muitos.
  • Por ocasião da reforma, muitas coisas da fé antiga foram recuperadas. As principais delas foram a justificação pela fé (Lutero) e a santificação dos que foram chamados (puritanos, anabatistas, metodistas, etc.). Entretanto esta herança católica do uso dos templos nunca foi avaliada pela reforma.
  • Há ainda outros aspectos que nunca foram recuperados. Por séculos, a igreja ainda tem vivido à parte de verdades tais como: Evangelho do Reino (Mt 4.17, 23; 9.35; 24.14; Lc 4.43; 8.1; 16.16; At 8.12;19.8: 20.25); O corpo crescendo por meio das juntas e ligamentos (Ef 4.15-16; Cl 2.19); a pluralidade de ministérios (1Co 12.28; Ef 4.11); o que é um verdadeiro discípulo – seguidor – de Cristo (Lc 14.26, 27, 33; Jo 8.31; 13.34-35; 15.8) e muitas outras coisas mais.
  • Nós não somos e nem devemos ser seguidores de uma reforma religiosa, e muito menos do atual contexto evangélico decadente e imiscuído. Queremos seguir a Jesus e seus primeiros apóstolos. O que eles fizeram, queremos crer e fazer. O que eles não fizeram não queremos fazer, ainda que a igreja inteira o faça. Eles não usaram templos. Nós também não vamos usar.

Porque o Espírito Santo conduziu a igreja às casas e não aos templos?

  • Porque Deus não habita em templos feitos por mãos humanas.
  • Porque Deus revelou que não há mais um lugar de adoração.
  • Porque Deus quer verdadeiro amos entre seus filhos. Os templos são impessoais. As pessoas se reúnem ali e depois vão embora para suas casas sem participarem da vida uns dos outros. Ninguém sabe como os outros estão vivendo, seus problemas, aflições, necessidades. Não há serviço de uns para com os outros, oração, amparo, socorro aos necessitados. Cada um se encontra naquele lugar, tem momentos de vida muito “espiritual” e logo voltam para suas casas e vidinha independente. É cada um por si. Quando a igreja se reúne nas casas, os grupos são obrigatoriamente pequenos. Portanto há verdadeira comunhão, conhecimento, participação, mutua dependência, socorro, ensino para cada situação particular e dezenas de outras coisas mais.
  • Porque nos templos ninguém conhece como é a vida de cada um. É fácil demais ser espiritual ali. Mas ninguém sabe como está cada um, com sua esposa, seus filhos, seus pais. Desenvolve-se uma vida espiritual de fachada. Os templos trazem a vida de fé para fora da realidade diária das pessoas. Geram uma dicotomia entre a vida espiritual e domingueira e a vida diária e secular. Cooperam com a formação de “fariseus”. Ao reunirmos nas casas estamos casando o dia a dia com o culto a Deus, a vida real com a espiritual. Reunir nas casas coopera com a autenticidade.
  • Porque os templos são formais e frios. As casas são aconchegantes, lugar normal da vida, lugar onde Deus abençoa todos os dias e não apenas na reunião.
  • Os templos exigem um gasto irracional. Não sobram recursos para ajudar aos necessitados (como vemos em Atos). As casas, por outro lado, já estão construídas. Já têm banheiro, lugar para deixar um bebê dormindo, cadeiras, sofás, água para todos, etc. Os recursos podem então ser canalizados para necessidades reais e justa.


por Marcos Moraes
Fonte: www.fazendodiscipulos.com.br

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

A Tatuagem e a Igreja de Cristo


Nos últimos três anos, a prática de tatuar o corpo tem se tornado cada vez mais popular. Tudo indica que esta moda veio para ficar. É fato que, mais e mais, receberemos visitantes e novos membros com tatuagens, e algumas bem místicas e mundanas! Além do mais, pressinto que já temos alguns membros sendo atraídos por essa ideia, pensando em tatuar um verso bíblico, uma palavra hebraica ou uma imagem do Cavaleiro no Cavalo Branco de Apocalipse 19 (que tinha escrito em sua coxa: Rei dos Reis e Senhor dos Senhores). Sei que esta não é uma questão crucial para o evangelho e a igreja de Cristo. Porém, é algo que incomoda alguns e pode se tornar motivo de discórdia entre os irmãos. Como lidar com esses dilemas? Como preparar a igreja para lidar sabiamente com esta questão? Após orar, pesquisar e pensar sobre este assunto, cheguei às seguintes conclusões, que nas próximas linhas compartilho com o leitor.

1. 
Precisamos Ensinar o que a Bíblia diz

Em Levítico 19:28, a Palavra diz: Pelos mortos não dareis golpes na vossa carne; nem fareis marca alguma sobre vós. Eu sou o SENHOR. À primeira vista, esta palavra parece resolver a questão, parece dizer: o cristão não deve fazer nenhuma marca no corpo; tatuagem é pecado. Porém, o contexto revela que o motivo desta proibição era evitar que os hebreus se identificassem com a idolatria dos caldeus. Como parte de seus rituais aos falsos deuses, os caldeus usavam lâminas afiadas para marcar o corpo. Essas marcas, ou cicatrizes, estavam diretamente relacionadas com a idolatria e culto pagão. Essa orientação era tão específica que, nos versos anteriores, Deus também proíbe outras práticas, tais como adivinhação e feitiçaria (26). O cortar o cabelo dos lados da cabeça (deixando um tufo de cabelo no meio da cabeça) e o aparar as pontas da barba de uma maneira específica (27) – tudo estava relacionado com os rituais pagãos. (Andrew A. Bonar, A Commentary on Leviticus, The Banner of Truth Trust, Carlisle. Pensylvania, USA. Pg. 352)

Sim, acredito que este texto fala contra o uso de tatuagens ou qualquer outra prática que nos identifique com algum tipo de paganismo, idolatria, imoralidade ou tribo anticristã. Porém, não podemos aplicar este texto contra a pratica da tatuagem de nossos dias, pois os tempos passaram e a conotação mudou. Hoje, a grande maioria daqueles que se tatuam não o fazem por motivos espirituais ou religiosos, mas meramente estético/ decorativo (assim como a maioria das mulheres furam suas orelhas e usam brincos). Sendo assim, esta prática acaba enquadrando-se dentro daquelas questões relacionadas à liberdade cristã (Rm 14 e 1 Co 6:12).

2. Precisamos Aplicar os princípios de Romanos 14 e 1 Coríntios 6:12

Usando os princípios destes dois textos, devemos orientar o cristão que considera fazer uma tatuagem, a fazer a seguinte autoavaliação:

Será que esta tatuagem irá glorificar o Senhor Jesus? Será que ela irá promover a minha pessoa ou a pessoa Dele? (6-8)

Será que esta tatuagem irá edificar os meus irmãos? Será que ela não irá entristecer ou escandalizar meus pais ou irmãos mais fracos? (15-21 e 15:1-2)

Tenho plena convicção em minha consciência de que isto agrada a Deus? (leia os versos 22-23)

Será que isto não irá me dominar? (1 Co 6:12) Esta é uma pergunta muito pertinente, porque vemos que muitos não conseguem se contentar com uma ou duas tatuagens, porém, como que numa obsessão, vão cobrindo o corpo com desenhos e mensagens.

3. Precisamos Ajudar as pessoas a considerar a questão

Os meios de comunicação não ensinam nossos membros a pensar. Nossa cultura promove o princípio da ética inconsequente, que diz: Siga o seu coração! Faça o que der na sua cabeça! Por isso, cabe aos pastores seguir o exemplo do Mestre que desafiava as pessoas a parar, observar, considerar e decidir (Mateus 6:25-32). A Bíblia diz que devemos viver com sabedoria (Pv 24:3). Por isso, precisamos ajudar aqueles que estão considerando fazer uma tatuagem a parar e pensar no seguinte: O que será que o bom senso e os fatos dizem a respeito desta prática? Abaixo, seguem dois fatos muito importantes.

Muitos se arrependem de terem feito uma tatuagem. Um estudo realizado pela Associação dos Dermatologistas Britânicos revelou que um terço dos ingleses que se tatuam se arrependem de terem feito isto. Nos Estados Unidos, na cidade de Pittsburgh, uma clínica especializada em tratamento dermatológico a laser diz que, nos últimos anos, a procura pela remoção de tatuagens cresceu em 50 por cento! E que este processo é longo, doloroso e caro. (www.hersutah.com, artigo escrito por Peter Sullivan, publicado no Pittsburgh Post-Gazette em 1 de Agosto de 2012)

A tatuagem cria uma barreira social desnecessária. Muitas pessoas veem com desconfiança alguém com uma tatuagem. Por isso, uma tatuagem pode custar uma boa amizade, namoro, emprego, oportunidade comercial ou pior, a oportunidade evangelística ou ministerial. Dr. Michael R. Mantell disse: “O mundo está dividido em dois tipos de pessoas: aqueles que têm tatuagem e aqueles que têm medo das pessoas tatuadas. Honestamente, eu fui criado entre este segundo grupo. Afinal de contas, quem eram as pessoas que usavam tatuagem em Newark, New Jersey, onde cresci? Marinheiros, criminosos, membros de seitas estranhas, roqueiros e gente ruim.” (San Diego Magazine, Agosto de 2009, A Psicologia da Tatuagem – www.sandiegomagazine.com)
Precisamos Preparar a igreja para amar os tatuados

Como já disse no início deste artigo: nos últimos anos a prática de tatuar o corpo tem se tornado cada vez mais popular. Tudo indica que esta moda veio para ficar. Mais e mais receberemos visitantes e novos membros com tatuagens bem místicas e mundanas. A igreja precisa ser preparada para receber os visitantes tatuados. Assim como Jesus recebia e até comia e bebia com os publicanos e pecadores, nós devemos receber os tatuados no amor de Cristo. E, caso Deus os alcance com Sua graça, é obvio que devem ser integrados ao corpo de Cristo sem nenhuma reserva. Para isto, precisamos ajudar os membros da igreja, especialmente os mais preconceituosos, a buscarem em Deus sabedoria e amor para superar suas fraquezas, e aprender a ver as pessoas como Deus vê (1 Samuel 16:7); aprender a ver, por trás das tatuagens, uma pessoa criada à imagem e semelhança de Deus, ver uma alma que vale mais do que o mundo inteiro. Que Deus nos ajude a fazer tudo isto pela Sua graça, para Sua glória!



escrito por Silas Campos

quarta-feira, 19 de outubro de 2016

E se você não for tão bom quanto pensa?


Provérbios 16.2 é simples e direto, mas diz algo profundo sobre a condição humana:

Todos os caminhos do homem são puros aos seus olhos, mas o Senhor pesa o espírito.

Os “caminhos do homem” se refere à forma como uma pessoa leva sua vida. Esse “homem” em particular demonstra pouca preocupação com o caráter moral de sua vida. Quando se trata de decisões, relacionamentos ou trabalho, esse tipo de pessoa tende a ver a si mesmo em alta estima. Ele se vê como “puro” – o que significa que ele pensa que está indo muito bem.

Talvez um homem esteja com raiva e seja rude com sua esposa, mas ele não se vê assim. Ele pensa que está certo na forma com que trata sua esposa. Ele está “puro” aos seus próprios olhos. Talvez uma mulher regularmente pegue “atalhos” no trabalho e puxe o tapete de seus colegas, mas ela não se vê assim. Sua autoavaliação é que ela é popular e amada entre seus colegas. Ela não percebe como as pessoas realmente pensam porque está “pura” aos seus próprios olhos. Talvez um homem esteja emocionalmente ausente da vida de seus filhos, mas nele não se vê assim. Ele não percebe que está se distanciando porque, para ele, ele está “puro” aos seus olhos.

Isso significa que nós somos, por natureza, inclinados a subestimar nossas falhas, ignorar ou mesmo justificar. O resultado é que andamos por aí com uma autoestima que muitas vezes excede a realidade. Esse é um perigo especial em nosso contexto cultural corrente, onde a autoestima é apresentada como a virtude humana suprema. A cosmovisão terapêutica nos encoraja a pensar mais de nós mesmos do que deveríamos. E, ainda assim, aqui está um provérbio nos dizendo o oposto.

Por que esse provérbio nos diz que devemos ser tão céticos com nós mesmos? Porque Deus é Aquele que “pesa o espírito”. O texto diz que Deus é aquele que, literalmente, “examina” nossas motivações. Deus me conhece melhor do que eu mesmo. Eu posso ter uma visão inflada do meu próprio valor e sucesso na vida, mas Deus vê o que eu não posso ou não quero ver sobre eu mesmo. E normalmente há um largo espaço entre a realidade que Deus vê e as ilusões que eu mantenho sobre eu mesmo.

Tudo isso nos ensina, pelo menos, três coisas:

(1) Uma consciência limpa pode dizer menos sobre nosso caráter real do que diz sobre nossa falta de autocrítica. Paulo coloca dessa forma: “Porque de nada me argui a consciência; contudo, nem por isso me dou por justificado, pois quem me julga é o Senhor” (1 Coríntios 4.4). Paulo entende que essa consciência limpa não o torna inocente. É possível se sentir inocente enquanto não o é, na realidade. É isso que devemos guardar firme em nossos corações. Deus é o juiz. Nós não julgamos a nós mesmos.

(2) Nós precisamos suspeitar de nós mesmos. É por isso que o provérbio alerta: “O que confia no seu próprio coração é insensato” (Provérbios 28.26). Precisamos entender que temos o potencial de vermos nossas falhas de caráter com lentes rosadas. Tendemos a fazer isso porque somos pecadores por natureza, e uma visão positiva de si mesmo é algo natural para nós. É por isso que devemos sondar nossos corações o suficiente para saber quando o orgulho está inflado. “A soberba do homem o abaterá, mas o humilde de espírito obterá honra” (Provérbios 29.23).

(3) Nós precisamos enxergar a nós mesmos como Deus enxerga. Deus sabe que somos pó e que, às vezes, nosso autoconhecimento falha. Apesar disso, Deus nos dá Provérbios como esse para nos encorajar a olharmos nós mesmos à plena luz da revelação divina. Quanto maior nossa visão de Deus, mais humilde será nossa autoestima. Há uma alegria e humildade que só vem do auto esquecimento proveniente da adoração. Auto depreciação não é o antídoto para o orgulho; exaltação a Deus é.


Autor: Denny Burk
Fonte: Denny Burk
Tradução: Filipe Schulz

segunda-feira, 10 de outubro de 2016

Cessacionismo X Continuísmo


Dentro da Pneumatologia (doutrina do Espírito Santo) o assunto mais polêmico e de maior debate é acerca dos dons espirituais. Os dons miraculosos ou dons sobrenaturais cessaram, ou continuam em nosso dias?

Dentro desse assuntos temos duas grandes teorias, que posteriormente possuem mais alguns grupos internos que divergem entre si, mas todos derivam desses dois grandes grupos. De um lado o cessacionismo do outro o continuísmo.

Cessacionismo: é a visão cristã de teólogos reformados e batistas fundamentalistas, geralmente de origem puritana. Formulam que alguns dons do Espírito Santo foram úteis apenas para os primórdios da igreja cristã, tendo cessado essa manifestação no período da Igreja Primitiva. 1

Entendem os cessacionistas que tais e restritos dons serviram a um propósito, a fundação da Igreja Primitiva, em momento que os Apóstolos teriam que cumprir o ide sem possuir qualificação de doutores e mestres. O encerramento do livro (Bíblia) teria fechado toda a profecia fora da palavra.

Continuísmo: é a crença de que os dons do Espírito Santo são ainda distribuídos hoje, ainda estão em uso, e ainda são necessários na igreja. O mesmo Espírito Santo que habitava o apóstolo Paulo e presenteou-o com habilidades sobrenaturais e que estava presente durante os tempos do Antigo Testamento e também dotado tais habilidades aqueles a quem Deus escolheu especificamente para realizar as suas obras em tempos do Novo Testamento. O continuísmo acredita que este mesmo Espírito ainda se move e trabalha na igreja contemporânea.


Motivos pelo qual creio no Cessacionismo:

1) O cessacionismo é a posição que mais glorifica a Deus. No cessacionismo não há espaço para o homem. No pentecostalismo e todas as suas derivações, a atenção é voltada para o homem. O homem possui os dons espirituais; o homem possui o poder da cura; o homem tem o dom da fé; o homem tem o dom de línguas e etc. Não somente os dons são reconhecidos, mas revestidos de uma importância exagerada, tal que os fiéis são continuamente instados a buscá-los; por sua vez, aqueles que alegadamente recebem tais dons ocupam uma posição de destaque, reconhecimento e até mesmo de veneração. Assim toda a atenção está centrada no homem! Sim, existe “fé”, mas trata-se de uma “fé” cega e antropocêntrica. 2

2) Sola Scriptura – O encerramento do cânon bíblico torna-se desnecessário portadores de revelações novas, tendo em vista que toda a revelação pertinente ao nosso salvador Jesus Cristo e sobre a salvação foram totalmente reveladas. Tudo o que uma pessoa precisa saber para ser salva encontra-se escrito na Bíblia. A Bíblia é assim, totalmente infalível como plenamente suficiente não necessitando de ajustes ou de novas revelações.

Os dons sobrenaturais atuaram como selo de autenticação para os primeiros séculos da igreja, como forma de comprovar que aqueles homem encarregados em proclamar o Evangelho das boas novas eram de fato enviados de Deus.

3) Evidências Históricas – A história da igreja nos aponta para a descontinuidade dos dons sobrenaturais. Por maior que sejam os relatos miraculosos que possuímos em nossos dias, eles têm sido normalmente associados com cultos místicos e com ênfase no emocional e centrados no homem.

Até mesmo na própria Escritura Sagrada podemos observar uma descontinuidade pelos relatos dos milagres feitos pelos apóstolos, se buscarmos esses relatos veremos apenas em Atos os devidos registros. Sobre o livro de Atos ele não é um livro normativo para a Igreja, e sim de transição. Abaixo os registros:

Coxo curado por Pedro
At 3.6-9
Morte de Ananias e Safira
At 5.1-10
Restauração da vista de Saulo
At 9.17,18
Cura de Elimas
At 9.33-35
Ressurreição de Dorcas
At 9.36-41
Cegueira de Elimas
At 13.8-11
Cura de um coxo
At 14.8-10
Expulsão de demônio de uma jovem
At 16.16-18
Ressurreição de Êutico
At 20.9,10
Picada de cobra torna-se inócua
At 28.3-5
Cura do pai de Públio
At 28.7-9

4) O caráter temporário de alguns dons.

Conforme observamos em 1 Coríntios capítulos 12, 13 e 14, fica claro que alguns dons passarão (1Coríntios 13:8). O dom de apóstolo, a grande maioria das congregações admitem que esse dom cessou. Portanto, fica claro o caráter temporário de certos dons do Espírito Santo.

5) O exercícios de “dons” fora do propósito Bíblico.

Sem dúvidas o dom sobrenatural mais debatido em nossos dias é o dom de línguas, pegarei como base este para mostrar que os dons não são exercidos em nossos dias de acordo com os propósitos bíblicos para eles. Portanto não podem ser validados como dons legítimos.

"De sorte que as línguas são um sinal, não para os fiéis, mas para os infiéis" (1 Co 14.22).

O dom de línguas era para alcançar os incrédulos.

"E se alguém falar em língua estranha, faça-se isso por dois, ou quando muito três" (1 Co 14.27a).

Falam um de cada vez ou todos juntos? "...e por sua vez" (1 Co 14.27b).

"...e haja intérprete. Mas se não houver intérprete, esteja calado na igreja" (1 Co 14.27c).

Deve existir interpretação simultânea.

"As mulheres estejam caladas nas igrejas; porque lhes não é permitido falar" (1 Co 14.34).

As mulheres não devem exercer esse dom em culto público.

O que temos visto nas igrejas? Elas observam essas regulamentações que Paulo orienta?

Paulo realmente considera a Igreja de Corinto como irmãos em Cristo, mas existe a evidência de que eram dons legítimos, pois Paulo nos assegura isto. Mas hoje em dia não creio que podemos considerar que os dons exercidos possam ser afirmados como legítimos, pois as orientações de Paulo estão todas registradas de maneira muito clara neste texto de 1 Coríntios capítulo 14, texto este que todos temos o livre acesso.

Tendo em vista que a grande característica de alguém cheio do Espírito Santo é a obediência a Palavra de Deus, sou compelido a não crer que o Cristo transmitido nessas congregações é o mesmo Jesus Cristo das Escrituras Sagradas. Pois elas simplesmente desprezam as orientações específicas de Paulo sobre um único dom.

Obviamente não quero ser injusto em afirmar que todas as igrejas que praticam línguas estão enquadradas nessa afirmação, mas tendo em vista as que possuo conhecimento, percebo um culto centrado totalmente no homem, onde é criado uma atmosfera emocional e atrativa para “manifestações” de todos os tipo, onde sequer posso considerar como línguas estranhas ou estrangeiras, e sim, não passa de mera glossolalia.

Creio existir muita confusão sobre dons e milagres, eu creio que milagres acontecem todos os dias. Tendo em vista o estado depravado do homem, toda a vez que alguém reconhece sua condição de pecador e se agarra em Cristo para a salvação, para mim é um grande milagre.

Creio também que Deus realiza milagres de curas através da oração, desde que seja a vontade de Deus que isso aconteça. Creio nos profetas que todos os domingos transmitem e expõem a Palavra de Deus simples e pura pelos púlpitos ao redor do mundo.

Mas não creio ser necessária nenhuma outra manifestação miraculosa além da maior de todas, o milagre da Bíblia, o milagre de Deus ter se revelado a nós e toda essa revelação estar disponível para que aprendamos sobre Ele, para que conheçamos a Ele e através Dele obtermos salvação.



Em Cristo
Fernando


1Augustus Nicodemus Lopes; O culto espiritual: Um estudo em 1 Coríntios Sobre Questões Atuais e Diretrizes Bíblicas para o Culto Cristão. São Paulo: Cultura Cristã, 1999, Pág. 174 e 177
2Felipe Sabino de Araújo Neto; www.monergismo.com, Cessacionismo e a Glória de Deus

sábado, 8 de outubro de 2016

LIVROS EM PDF PARA BAIXAR


Logo abaixo iremos disponibilizar 3 links de sites confiáveis que você poderá fazer download de livros gratuitos. Acesse, Baixe e Estude.

 O Estandarte de Cristo