quinta-feira, 19 de maio de 2016

A “Santa Ceia” é realmente santa?


O assunto o qual vou abordar agora é muito delicado para muitos da estrutura religiosa cristã (catolicismo e protestantismo). Para muitos, divergir nesta questão é uma blasfêmia terrível. Mas, para aqueles a quem, de fato se destina este BLOG, é mais um artigo que servirá de despertamento, conduzindo-os a retirar de sua vida mais um engano de satanás. E esse engano só não foi revelado há muito mais tempo pela igreja, caro leitor, porque estava soterrado sob liturgias e rituais provenientes da religiosidade pagã-romana.

Sei que, ao tocar neste assunto, é como se estivesse cutucando um vespeiro, pois a “Ceia” é um dos pilares do cristianismo. Nestes últimos tempos, o Espírito Santo tem aberto os olhos de muitos, pois o dia do retorno do nosso Messias está muito próximo. E antes de sua volta TODAS as coisas serão reveladas aos servos, todo engano cairá por terra (cf. Atos 3.21).

O Messias nunca mandou instituirmos rituais! E Ele não nos ordenou a fazer este. Mas através de certas atitudes descritas na Palavra, Ele nos deixa o exemplo de transferi-las para uma linguagem espiritual em nosso dia-a-dia. Ele aproveitou a comemoração da páscoa junto aos seus discípulos e, em meio a vários outros itens no jantar, destacou o pão e o vinho para nos ensinar algo IMPORTANTE. Mas NÃO instituiu um ritual. Por exemplo, o que Ele nos ensina com o ato de lavar os pés dos discípulos? Com certeza não ensinou um ritual literal de lavar os pés, mas ensina que devemos nos humilhar, nos sujeitar e servir o próximo em amor.

Diversas liturgias e rituais que muitos do catolicismo e protestantismo contemporâneo praticam e as tem como comuns e importantes, são originárias do império romano, quando o imperador Constantino formou o cristianismo religioso, por volta do ano 300 D.C. Presta atenção numa coisa: o cristianismo de Constantino é um verdadeiro pacote de rituais e costumes de outras culturas pagãs, como por exemplo, Grega e Mitraica (religião romana pagã).

O ritual de comer um pão físico e beber o vinho (suco de uva) foi introduzido pelo catolicismo de Constantino, copiando um ritual ao deus chamado “Mitra”. Não vou me aprofundar no contexto histórico agora, mas apenas focar o que o Messias verdadeiramente nos ensinou, sem a intromissão de ensinos impostores do passado.

Martinho Lutero, idealizador da “reforma protestante”, morreu ainda sendo padre católico. Ele apenas reformou algo já existente, mas não se desapegou de vários de seus velhos dogmas. Quando você reforma uma casa, você pode modificar algumas características dela, mas não muda suas estruturas. Pois foi isto que aconteceu na suposta “reforma protestante”. Uma das provas que podemos observar na história foi que, mesmo após a reforma de Lutero, ainda era feito pelos protestantes o ritual da Eucaristia, na qual, a cada rito, refazem simbolicamente o sacrifício já realizado e consumado no madeiro.

A “Ceia do Senhor” (nome dado pelo catolicismo), era simplesmente, no tempo do Messias, uma refeição noturna durante a páscoa judaica. “Chegou, porém, o dia dos ázimos, em que importava sacrificar a páscoa. E mandou a Pedro e a João, dizendo: Ide, preparai-nos a páscoa, para que a comamos. E eles lhe perguntaram: Onde queres que a preparemos? E ele lhes disse: Eis que, quando entrardes na cidade, encontrareis um homem, levando um cântaro de água; segui-o até à casa em que ele entrar. E direis ao pai de família da casa: O Mestre te diz: Onde está o aposento em que hei de comer a páscoa com os meus discípulos?” (Lucas 22:7-11)

Esclarecimentos importantes antes de começar pra valer o estudo

Os padres católicos que traduziram e criaram o livro “Bíblia”, a organizaram de forma errada. Estamos acostumados a começar a ler o Novo Testamento à partir do nascimento do Messias. Isto é um grande erro. Você pode dizer que isto não afeta a “inerrância” deste livro, pois é apenas uma ordem na impressão. Mas já é suficiente para levar as pessoas ao engano. É importante sabermos disto. O “Novo testamento” se inicia, de fato, após a morte do nosso Messias, e não no nascimento, como foi colocado na Bíblia. Após sua morte, se iniciou uma nova aliança.

Quero esclarecer também que, o Antigo Testamento é sombra das coisas futuras (Novo Testamento). Se a “Ceia” foi realizada antes da morte do Messias, então devemos entender que ela foi feita ainda durante a Velha Aliança, por isso, este ato é apenas uma sombra da revelação espiritual trazida no Novo Testamento. Pois bem, foi exatamente o que o Messias quis nos trazer. Ele NÃO nos ensinou um ritual, mas sim um entendimento espiritual de como seria a vida de sua Igreja após Sua morte e ressurreição. Através daquela simples refeição, Ele nos ensinou como deveríamos viver espiritualmente.

“Porventura o cálice de bênção que abençoamos, não é a comunhão do sangue de Jesus? O pão que partimos, não é porventura a comunhão do corpo de Jesus?” (1 Coríntios 10:16)

Enquanto você ler o estudo, você pode perceber que o texto de I Coríntios 11:23 em diante, não foi usado. Mas este texto será explicado ao final deste artigo.

Vamos agora analisar os textos:

O PÃO

“E, tomando o pão, e havendo dado graças, partiu-o, e deu-lho, dizendo: Isto é o meu corpo, que por vós é dado; fazei isto em memória de mim.” (Lucas 22:19)

O NOSSO MESSIAS É O VERDADEIRO PÃO, O PÃO QUE DESCEU DOS CÉUS

E não um pão físico (pão de forma, pão sovado, bisnaga da padaria). O pão que Ele nos fala é espiritual, ou seja, Ele mesmo! No dia da páscoa, Ele apenas usa o pão e o vinho para servir como simbolismo didático no momento, e nunca para ser um ritual, como é feito hoje! Isso precisa ficar MUITO claro, por isso estou repetindo.

“Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém comer deste pão, viverá para sempre; e o pão que eu der é a minha carne, que eu darei pela vida do mundo.” (João 6:51)

“Porque o pão do Eterno é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo. Disseram-lhe, pois: Senhor, dá-nos sempre desse pão. E Jesus lhes disse: Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim não terá fome, e quem crê em mim nunca terá sede. Mas já vos disse que também vós me vistes, e contudo não credes.” (João 6:33)

“Vossos pais comeram o maná no deserto, e morreram. Este é o pão que desce do céu, para que o que dele comer não morra. Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém comer deste pão, viverá para sempre; e o pão que eu der é a minha carne, que eu darei pela vida do mundo. Disputavam, pois, os judeus entre si, dizendo: Como nos pode dar este a sua carne a comer?” (João 6:49-52).

Devemos nos alimentar do verdadeiro Pão que é espiritual, e não físico. Veja novamente neste versículo: “Este é o pão que desceu do céu (Jesus); não é o caso de vossos pais, que comeram o maná e morreram; quem comer este pão viverá para sempre.” (João 6:58)

“Eu sou o pão da vida.” (João 6:48) – Jesus é o verdadeiro Pão espiritual, e não um feito de trigo.

Mas porque “fazei isto em memória de mim”?

Certamente não é um ritual da qual Ele pede para que façamos. Veja os textos:
“No princípio era a Palavra, e a Palavra estava com Deus, e a Palavra era Deus.” (João 1:1)

“E a Palavra se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade.” (João 1:14)

“(Jesus) Estava vestido de um manto salpicado de sangue; e o nome pelo qual se chama é a Palavra de Deus.” (Apocalipse 19:13)

Jesus, caro leitor, é a PALAVRA! É o Pão! O Pão espiritual é a Palavra. Quando Ele nos pede que partíssemos e comêssemos do Pão, na verdade devemos comer e compartilhar a Palavra, a Palavra viva, o próprio Jesus! Então o Pão que as Escrituras nos falam não é um pão fermentado que compramos na padaria e comemos como se fosse um pão “mágico”, não! Mas é o Pão espiritual! Jesus, nosso Messias! Faça isso sempre em memória dele.

O CÁLICE

“Então havendo recebido um cálice, e tendo dado graças, disse: Tomai-o, e reparti-o entre vós; Semelhantemente, depois da ceia, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é o novo pacto em meu sangue, que é derramado por vós.” (Lucas 22:17-20)

Da mesma forma que o Pão descrito na Escritura é o Pão espiritual, ou seja, a Palavra Viva (Jesus), o cálice descrito no texto acima também é espiritual, veja:

“E apartou-se deles cerca de um tiro de pedra; e pondo-se de joelhos, orava, dizendo: Pai, se queres afasta de mim este cálice (sofrimento); todavia não se faça a minha vontade, mas a Tua.” (Lucas 22:41-42)

“Responderam-lhe: Concede-nos que na tua glória nos sentemos, um à tua direita, e outro à tua esquerda. Mas Jesus lhes disse: Não sabeis o que pedis; podeis beber o cálice que eu bebo (sofrimento futuro e morte), e ser batizados no batismo em que eu sou batizado? E lhe responderam: Podemos. Mas Jesus lhes disse: O cálice que eu bebo, haveis de bebê-lo, e no batismo em que eu sou batizado, haveis de ser batizados; mas o sentar-se à minha direita, ou à minha esquerda, não me pertence concedê-lo; mas isso é para aqueles a quem está reservado.” (Marcos 10:37-40)

“Disse, pois, Jesus a Pedro: Mete a tua espada na bainha; não hei de beber o cálice (sofrimento futuro) que o Pai me deu?” (João 18:11)

Diante destes textos podemos verificar a linguagem espiritual da expressão “Cálice”, caro leitor. O cálice do Messias são Seus sofrimentos, Sua renúncia, morte, Sua vida… Quando Ele pede para bebermos do seu cálice, é para que possamos alinhar nossa vida com a Vida dEle.. É que possamos imitá-lo em Suas atitudes. Devemos nos alimentar do Pão (Sua Palavra) e dividi-lo com muitos, mas também praticarmos o que Ele fez, nos humilhando se preciso, até morte, para que Ele seja glorificado, assim como o Pai foi glorificado na vida e atitudes Dele.

Uma orientação simples ou ordenação de uma liturgia ritualística?

Vamos ler o texto por inteiro, e não somente a parte que é lida na liturgia!

“Nisto, porém, que vou dizer-vos não vos louvo; porquanto vos ajuntais, não para melhor, mas para pior. Porque, antes de tudo, ouço que quando vos ajuntais na igreja há entre vós dissensões; e em parte o creio. E até importa que haja entre vós facções, para que os aprovados se tornem manifestos entre vós. De sorte que, quando vos ajuntais num lugar, não é para comer a ceia do Senhor; porque quando comeis, cada um toma antes de outrem a sua própria ceia; e assim um fica com fome e outro se embriaga. Não tendes porventura casas onde comer e beber? Ou desprezais a igreja de Deus, e envergonhais os que nada têm? Que vos direi? Louvar-vos-ei? Nisto não vos louvo. Porque eu recebi do Senhor o que também vos entreguei: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou pão; e, havendo dado graças, o partiu e disse: Isto é o meu corpo que é por vós; fazei isto em memória de mim. Semelhantemente também, depois de cear, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é o novo pacto no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que o beberdes, em memória de mim. Porque todas as vezes que comerdes deste pão e beberdes do cálice estareis anunciando a morte do Senhor, até que ele venha. De modo que qualquer que comer do pão, ou beber do cálice do Senhor indignamente, será culpado do corpo e do sangue do Senhor. Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma do pão e beba do cálice. Porque quem come e bebe, come e bebe para sua própria condenação, se não discernir o corpo do Senhor. Por causa disto há entre vós muitos fracos e enfermos, e muitos que dormem. Mas, se nós nos julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados; quando, porém, somos julgados pelo Senhor, somos corrigidos, para não sermos condenados com o mundo. Portanto, meus irmãos, quando vos ajuntais para comer, esperai uns pelos outros. Se algum tiver fome, coma em casa, a fim de que não vos reunais para condenação vossa. E as demais coisas eu as ordenarei quando for.” (I Coríntios 11:17-34)

Por causa das inúmeras repetições da liturgia da qual o líder lê este texto, muitos até o sabem “de cor” sintomatizando uma idolatria pelo texto. Mas nesta parte da carta à Igreja de Coríntio, Paulo estava os orientando com muita simplicidade, não querendo lhes ordenar uma liturgia ritualística. Paulo expõe a esta Igreja da seguinte forma:

A comunidade de Corinto não sabia discernir o Corpo de Jesus…. Muitos formavam entre si, grupos para reunir-se comer e embebedar-se na casa de alguém (a famosa roda de irmãos que se formam depois da reunião para comer)… Só que enquanto alguns se reuniam (“panelinhas”) para comerem sua refeição, outros da própria congregação estavam passando por dificuldade e fome. Ou seja, individualismo e egoísmo eram alguns pecados da Igreja de Corinto. Paulo então diz, que se forem apenas para ajuntarem alguns para comer e deixar um outro irmão em dificuldade e sem ajuda, é melhor que comam em casa, pois eles não se reuniam para agradar à Jesus, não praticavam a verdadeira refeição, para compartilhar da Palavra.

Por isso, Paulo cita a passagem da páscoa feita antes da morte do Messias, da qual Ele ensina qual é a verdadeira refeição, que é comer e beber Dele. Para que com isso, anunciar a morte de Jesus.

Como vamos fazer este anúncio (do evangelho) apenas enchendo o estômago de pão físico e suco de uva?

Paulo também nunca quis transmitir o ensino de uma liturgia ritualística. Mas ele ensinava que, se somos o Corpo de Cristo, e o Messias “se partiu” por nós, devemos fazer como Ele, O Seu Corpo – a Igreja, também deve ser partida pelo próximo, através da pregação da Palavra, participando do seu cálice: dos seus sofrimentos, sua renúncia e seu modo de viver.

Por causa daqueles erros apontados por Paulo, A igreja de Corinto não sabia discernir o Corpo de Jesus, pois apenas comiam para si, e comiam para sua própria condenação, pois estavam em pecado. Por isso estavam espiritualmente fracos e doentes, e muitos dormiam na fé.

A “ceia” no formato atual que é praticada nas igrejas vem de tempos em que Roma já buscava uma conciliação com práticas pagãs, e portanto deve ser evitada. Fora o fato de ser completamente distorcida: É feita com pão fermentado, é feita fora de hora, é feita de forma desconectada da festa bíblica de que se origina, e não é ordenada em momento algum nas Escrituras. Em suma, trata-se de doutrina de homens.

A santa ceia cristã é um ritual que tem suas origens no paganismo

Mais especificamente na chamada Teofagia. Esta é mais uma das “contribuições” de Constantino a cristandade. Seu sincretismo na implantação de uma religião única no império romano, destroçou o poder da IGREJA DE CRISTO até os dias de hoje, quando inseriu em seu meio práticas pagãs. É tempo de restauração. Livre-se de todo paganismo!

A Teofagia é a prática de comer o corpo de um deus. Isso às vezes é realizada simbolicamente através da ingestão de um alimento ou material simbólico do deus. Nos rituais de fertilidade, o grão colhido pode ser ele próprio o deus renascer da vegetação. Esta prática tem origem em muitas religiões antigas. Dionísio e muitos exemplos são documentados em The Golden Bough por Sir James George Frazer (1854-1941). Vestígios da prática da teofagia sobreviveram em muitas religiões modernas.

Protestantes e Católicos não praticam a CEIA do modo como era no século I (trecho do livro “Cristianismo Pagão”, de Frank Viola)

Rios de sangue foram derramados tanto por mãos protestantes como católicas por causa de intrincadas doutrinas relacionadas à Ceia do Senhor. 20[20] A Ceia do Senhor, uma vez preciosa e viva, chegou a ser o centro do debate teológico por muitos séculos. Mas protestantes (como católicos) não praticam a Ceia do modo como era no século I. Para os primeiros cristãos, a Ceia do Senhor era uma refeição festiva. 21[21]

Hoje, a tradição forçou-nos a tomar a Ceia com um dedalzinho com suco de uva e um pedacinho de pão ou biscoito sem gosto. Toma-se a Ceia em um ambiente de penumbra e morte. Pedem que recordemos os horrores da morte de Nosso Senhor e reflitamos sobre nossos pecados. Além disso, a tradição nos ensina que tomar a Ceia pode ser uma coisa perigosa. Portanto, a maioria da moderna cristandade nunca a tomaria sem a presença de um clérigo. Todos estes elementos eram desconhecidos entre os primeiros cristãos. Para eles, a Ceia do Senhor era uma ceia comunal. 22[22] O humor era de celebração e gozo. E não havia nenhum clérigo na direção. 23[23] A Santa Ceia, essencialmente, era um banquete cristão.

Truncando a Ceia

Quando acabou a ceia completa, ficando apenas o pão e o cálice? Durante o século I e a primeira parte do II, os primeiros cristãos descreviam a Santa Ceia como a “festa do amor”.24[24] Naquele tempo eles tomavam o pão e o cálice dentro do contexto de uma ceia festiva. Mas por volta do tempo de Tertuliano (160-225), houve um início de separação do pão e do cálice da Ceia. Pelo fim do século II, a separação foi completa. 25[25]

Alguns eruditos têm arrazoado que os cristãos eliminaram a ceia porque eles não queriam que a Eucaristia fosse profanada pela participação de incrédulos. 26[26] Em parte isso pode ser verdade. Mas é mais provável que a crescente influência do ritual religioso pagão removeu o gostoso ambiente caseiro, não religioso, de uma ceia na sala de uma casa. 27[27] Já pelo século IV a festa do amor foi “proibida” entre os cristãos! 28[28]

Com o fim da ceia, os termos “partir o pão” e “Ceia do Senhor” sumiram. 29[29] Agora, o termo comum do ritual truncado (apenas pão e cálice) era “Eucaristia”. 30[30] Irineu (130-200) foi um dos primeiros a descrever o pão e o cálice enquanto “oferenda”. 31[31] Depois dele adotou-se o termo “oferenda” ou “sacrifício”.

A mesa do altar onde o pão e cálice eram colocados chegou a ser vista como um altar onde a vítima [do sacrifício] era oferecida.32[32] A Ceia deixou de ser um evento comunitário. Em vez disso virou um ritual sacerdotal presenciado a distancia. Ao longo dos séculos IV e V houve um crescente sentido de medo e pavor associado com a mesa onde se celebrava a Eucaristia.33[33] Chegou a ser um ritual sombrio. A alegria que antes acompanhava a Ceia desaparecera completamente.34[34]

O misticismo associado à Eucaristia deveu-se à influência do misticismo religioso pagão. 35[35] Tais religiões eram permeadas de mistério e superstição. Com esta influência, os cristãos começaram a atribuir nuances sagradas ao pão e ao cálice. Eram vistos como objetos santos em si mesmos. 36[36]

O fato da Ceia do Senhor chegar a ser um ritual sagrado fez com que esta exigisse uma pessoa sagrada para ministrá-la.37[37] É aí que entra o sacerdote para oferecer o sacrifício da Missa. 38[38] Acreditava-se que ele tinha o poder de pedir a Deus que descesse do céu e tomasse residência em um pedacinho de pão. 39[39]

Por volta do século X, o significado da palavra “corpo” mudou na literatura cristã. Previamente, os escritores cristãos utilizavam a palavra “corpo” referindo-se a uma das três coisas:
1) O corpo físico de Jesus,
2) a Igreja, ou
3) O Pão da Eucaristia.
Os pais da igreja primitiva viam a igreja como uma comunidade de fé identificada com o partir do pão. Mas pelo século X houve uma mudança de pensamento e de linguagem. A palavra “corpo” já não era mais utilizada referindo-se à igreja. Era utilizada apenas referindo-se ao corpo físico do Senhor ou ao pão da Eucaristia. 40[40] A palavra “corpo” tinha sido evacuada de seu outro significado: A igreja.

Por conseguinte, a Ceia do Senhor distanciou-se bastante da ideia da Igreja reunindo-se para celebrar o partir do pão. 41[41] A mudança de vocabulário refletia esta prática. A Eucaristia não tinha nada a ver com a Igreja, mas chegou a ser vista como “sagrada” em si mesma — mesmo quando colocada na mesa. Envolvida em uma mística religiosa. Vista com assombro. Tomada pelo sacerdote com uma sombria disposição. Completamente divorciada da natureza comunal da ekklesia.

Todos estes fatores deram apoio à doutrina da transubstanciação. No século IV, explicitou-se a crença de que o pão e o vinho se transformavam em corpo e em sangue real do Senhor. A transubstanciação foi, portanto, a doutrina que explicava teologicamente como essa mudança ocorria.42[42] (Esta doutrina funcionou do século XI ao XIII).

A doutrina da transubstanciação trouxe consigo um sentimento de medo em torno dos elementos. O temor foi tão intenso que o povo de Deus vacilava aproximar-se dos elementos.43[43] Acreditava-se que quando as palavras da Eucaristia eram ditas, o pão literalmente virava Deus. Tudo isto converteu a Ceia do Senhor em um ritual sagrado levado a cabo por gente sagrada, bem distante das mãos do povo de Deus. Isto ficou tão fixo na mentalidade medieval que o pão e o cálice viraram “oferenda” até mesmo para alguns dos reformadores. 44[44]

Mesmo descartando a noção católica da Ceia do Senhor enquanto sacrifício, os modernos cristãos protestantes continuaram abraçando a prática católica da Ceia. Observe qualquer Ceia do Senhor (muitas vezes chamada de “Santa Comunhão”) em qualquer igreja protestante e você verá o seguinte:

A Ceia do Senhor composta por um biscoitinho (ou pedacinho de pão) e um dedalzinho de suco de uva (ou vinho) em nada se assemelha a uma ceia de verdade, o mesmo ocorre na Igreja Católica. O humor é sombrio e taciturno. Como na Igreja Católica. O pastor diz à congregação que cada um tem que se examinar com respeito ao pecado antes de participar dos elementos. Uma prática que veio de João Calvino. 45[45]

Como o sacerdote católico, muitos pastores ministram a ceia e recitam as palavras da instituição: “Este é o meu corpo” antes de distribuir os elementos à congregação. 46[46] Da mesma forma que a Igreja Católica. Com apenas algumas poucas mudanças, tudo isso vem do catolicismo medieval.

CONCLUSÃO

Não estou introduzindo algo novo no evangelho, caro leitor, mas verdadeiramente exortando-os a voltar ao ensinamento original, sem a ritualização religiosa, na qual, o Messias nunca quis nos ensinar, mas que foi injetada durante a história da Igreja.

Muitos ainda vivem enganados, pensando que ao comerem um pão de trigo e fermento, e beberem um copo de suco de uva industrializado, estão obedecendo uma ordenança do nosso Messias. Mas estão fracos e doentes porque não se alimentam e compartilham da Palavra (O Pão espiritual) e nem se tornam participantes do Cálice do Mestre (da vida e práticas do nosso Messias), que significa viver em santidade, andar em santidade, como Ele andou.

Olhe pra mim! Este ritual de comer pão físico e beber suco como ritual NÃO consta nas Sagradas Escrituras! E nunca devia existir. Este rito foi introduzido por homens carnais com más intenções. O comer e beber Dele deve ser espiritual! Uma atitude diária em nossa vida!

Então, tudo o que foi feito até hoje, de nada serviu?

“Mas Jesus, não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia agora a todos os homens, e em todo o lugar, que se arrependam;” (Atos 17:30)

Outrora, vivíamos no tempo da ignorância, mas agora o Espírito Santo está abrindo os olhos da Igreja! Ouça-O! Vamos ver o que é espiritual com os olhos espirituais! E não carnais (segundo a nossa vontade).

“Pois os que são segundo a carne inclinam-se para as coisas da carne; mas os que são segundo o Espírito para as coisas do Espírito. Porque a inclinação da carne é morte; mas a inclinação do Espírito é vida e paz.” (Romanos 8:5-6)

Chegou o tempo de voltarmos a pureza do evangelho, sem distorções históricas, sem invenções com más intenções. Apenas o evangelho! Nosso foco deve ser Jesus… Pare de pensar apenas em si mesmo! Vamos discernir o Corpo Dele! Vamos imitá-Lo, amando o próximo, e pregando as boas novas do Reino!

“Quem tem ouvidos para ouvir, OUÇA!”

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Referências Bibliográficas
20[20] Nas palavras de H. Ellerbe, “Ensinaram-me a conceber a história do Cristianismo como uma história de espiritualidade, emanada de Cristo, que brilhou pelos séculos como luz na escuridão. Mas percebi que tal Cristianismo tem em si mesmo um lado escuro, e que a história do Cristianismo é ao mesmo tempo uma ladainha de crueldade e um legado de caridade”.
21[21] Veja Rethinking the Wineskin, Capítulo 2; Eric Svendsen, The Table of the Lord (Atlanta: NTRF, 1996); F.F. Bruce, First and Second Coríntios, NCB (London: Oliphant, 1971), p. 110; James F. White, The Worldliness of Worship(New York: Oxford University Press, 1967), p. 85; William Barclay, The Lord’s Supper(Philadelphia: WestministerPress, 1967), pp.100-107; I. Howard Marshall, Last Supper
and Lord’s Supper(Eerdmans, 1980); Vernard Eller, In Place of Sacraments (Eerdmans, 1972), pp. 9-15.
22[22] “Ao longo do período do NT a Ceia do Senhor era uma refeição real compartilhada nas casas de cristãos” (John Drane); “Nos primeiros dias a Ceia do Senhor aconteceu no curso de uma refeição comunal. Todos traziam a comida que podiam e depois a compartilhavam conjuntamente” (Donald Guthrie); “Em Corinto a sagrada comunhão não era simplesmente uma refeição simbólica como
fazemos, mas uma refeição real. Além disso, parece claro que era uma refeição em que cada participante trazia comida” (Leon Morris).
23[23] The Lord’s Supper, pp. 102-103. A Ceia do Senhor foi certa feita uma função “secular”, mas eventualmente virou dever especial de uma classe sacerdotal.
24[24] Isto foi chamado Agape. Judas 1:12.
25[25] The Shape of the Liturgy, p. 23;Early Christians Speak, pp. 82-84, 96-97, 127-130. Nos século I e início do século II, A Ceia do Senhor parece ter sido celebrada pela noite como uma refeição. Fontes do século II mostram que era celebrada apenas aos domingos. No Didache, a Eucaristia é mostrada como sendo tomada com a refeição do Ágape(festa do amor). Veja também J.G. Davies, The Secular Use
of Church Buildings(New York: The Seabury Press, 1968), p. 22.
26[26] The Table of the Lord, pp. 57-63.
27[27] Sobre as influências pagãs envolvendo a Missa Cristã, veja o ensaio de Edmon Bishop, The Genius of the Roman Rite; Mgr. L. Duchesne, Christian Worship: Its Origin and Evolution(New York: Society for Promoting Christian Knowledge, 1912), pp. 86-227; Josef A. Jungmann, S.J., The Early Liturgy: To the Time of Gregory the Great(Notre Dame: Notre Dame Press, 1959), p. 123, 130-144, 291-292; M.A. Smith, From Christ to Constantine (Downer’s Grove: InterVarsity Press, 1973), p. 173; Will Durant, Caesar to Christ(New York: Simon & Schuster, 1950), pp. 599-600, 618-619, 671-672.
28[28] Foi proibida pelo Concílio de Cartago em 397 d.C.. The Lord’s Supper, p. 60; Charles Hodge, 1 Coríntios, p. 219; R.C.H. Lenski, The Interpretation of 1 & 2 Coríntios, p. 488.
29[29] The Early Christians, p. 100.
30[30] Ibid., p. 93. Eucaristia significa “ação de graças”.
31[31] Tad W. Guzie, Jesus and the Eucharist(New York: Paulist Press, 1974), p. 120.
32[32] Ibid.
33[33] Escritores como Clemente de Alexandria, Tertuliano, e Hippolytus (início do século III) começaram a usar uma linguagem que geralmente fala da presença de Cristo no pão e no vinho. Mas nenhuma tentativa foi feita naquele primeiro momento para questionar este realismo físico que “transformava” o pão e o vinho em carne e sangue. Posteriormente, alguns escritores orientais (Cyril, Sarapion, Athanasius) apresentaram uma oração para o Espírito Santo transformar o pão e o vinho em corpo e sangue. Mas foi Ambrósio de Milão (fim do século IV) que fixou um poder consagratório pela recitação das palavras da instituição. Às palavras “Este é o meu corpo” (do latim em meum de corpo de hocest) foram atribuídas o poder de transformar o pão e o vinho (Josef Jungmann, The Mass of the Roman Rite, New York: Benziger, 1951, pp. 52, 203-204; Gregory Dix, The Shape of the Liturgy, London: Dacre Press, pp. 239, 240-245). Incidentalmente, o latim começou a ser utilizado no Norte da África no início do século I e esparramou-se lentamente através de Roma até tornar-se comum ao final do século III (Bard Thompson, Liturgies of the Western Church, Cleveland: Meridian Books, 1961, p. 27).
34[34] Isto se reflete também na arte Cristã. Não há nenhum semblante melancólico de Jesus antes do século IV (Private Email from Graydon Snyder, 10/12/2001; Veja também his book Ante Pacem).
35[35] Jesus and the Eucharist, p. 121.
36[36] Isto aconteceu no século IX. Antes disto era o ato de tomar a Eucaristia que se considerava sagrado. Mas em 830 d.C., um homem chamado Radbert escreveu o primeiro tratado abordando a Eucaristia focando diretamente o pão e o vinho. Todos os escritores cristãos antes de Radbert descreveram o que os cristãos faziam quando tomavam o pão e o vinho, ou seja, o ato de tomar os elementos. Radbert foi o primeiro a focar exclusivamente os elementos pão e vinho que eram colocados na mesa do altar (Jesus and the Eucharist, pp.60-61, 121-123).
37[37] James D.G. Dunn, New Testament Theology in Dialogue (Westminister Press, 1987), pp. 125-135.
38[38] Isto teve início por volta do século IV.
39[39] Richard Hanson, Christian Priesthood Examined(Guildford and London: Lutterworth Press, 1979), p. 80.
40 http://www.libertar.info/
41 Cristianismo Pagão pag. 110 a 114.

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